Campanha incentiva doação de órgãos para transplante em PE
Pernambuco realizou 516 transplantes, de janeiro a abril deste ano, o que representa um incremento de 8% comparado ao primeiro quadrimestre de 2012. Atualmente, o estado ocupa a 4ª posição em número absoluto de procedimentos no Brasil, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes. Apesar dos números positivos, a lista de espera por um órgão ainda é extensa, com 1.716 pessoas. Desta segunda (20) até sexta (24), a Central de Transplantes de Pernambuco promove a Campanha Estadual de Incentivo à Doação de Órgãos 2013.
De acordo com a central, a recusa familiar é a principal causa da não doação de órgãos, atingindo o percentual de 53%. Hoje, funcionários do Hospital Pelópidas Silveira, no Curado, no Recife, participam do curso Morte Encefálica e Doação de Órgãos. “Os profissionais de saúde têm um papel muito importante. Por isso, é fundamental que todos saibam a melhor forma de abordar as famílias”, afirma a coordenadora da central, Noemy Gomes.
Na terça (21), a Secretaria de Saúde promove curso sobre o tema para os estudantes de enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O ciclo de palestras continua na quarta-feira (22), com realização do Simpósio Estudantil sobre Doação de Órgãos, na Faculdade Pernambucana de Saúde. Já na quinta (23) e sexta (24), mobilizadores sociais e técnicos estarão no Tribunal de Justiça e no Ginásio Pernambucano, prestando orientações e distribuindo panfletos informativos.
Em todo o ano passado, foram realizados 1.690 procedimentos – a melhor marca da história dos transplantes em Pernambuco. Desde a criação da central, em 1995, o estado alcançou a marca de 12 mil transplantes.
Atualmente, das 1.716 pessoas que estão na fila, nove esperam por um coração, 119 por fígado, 1.532 por um rim, três aguardam, ao mesmo tempo, pâncreas e rim e 53 esperam por medula óssea.
Procedimento
Para que ocorra a doação, primeiramente, é preciso haver a confirmação de morte encefálica do paciente – quando não há mais atividade cerebral, mas os órgãos continuam em funcionamento, com a ajuda de aparelhos. Para isso, há um rígido protocolo, com a avaliação médica e realização de exames. Após essa confirmação, os familiares precisam autorizar a doação. O primeiro passo para se tornar doador é avisar aos parentes sobre esse desejo, pois, de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação deverá ser consentida pelo familiar de até 2º grau.
Após assinatura do termo de autorização, a Central de Transplantes encaminha o órgão para um receptor compatível, obedecendo a ordem da lista única do estado. Não havendo compatibilidade, o órgão entra na lista nacional, podendo ser enviado para outro estado do país. A Secretaria de Saúde disponibiliza o telefone 0800-281-2185 para quem tiver alguma dúvida ou quiser maiores informações sobre o procedimento.