Dois jornalistas ocidentais morreram nesta quarta-feira (22) na cidade de Homs, centro da rebelião contra o regime de Bashar al Assad, segundo militantes oposicionistas.
Os repórteres eram Marie Colvin, jornalista norte-americana que trabalhava para o jornal britânico “Sunday Times”, e o fotógrafo francês Remi Ochlik. As identidades das vítimas foram confirmadas pelo ministro francês da Cultura, Frédéric Mitterrand.
As mortes ocorreram durante bombardeios das forças pró-Assad ao bairro de Baba Amr. Outros três ou quatro jornalistas ficaram feridos, segundo o militante Omar Chaker.
Uma testemunha disse à Reuters por telefone que bombas atingiram a casa onde eles estavam e um foguete os atingiu enquanto tentavam escapar.
Ambos eram repórteres veteranos de guerras no Oriente Médio e outros locais.
O francês Gilles Jacquier foi, em 11 de janeiro, o primeiro jornalista ocidental morto na Síria desde o início da revolta popular contra o regimen de Assad há 10 meses.
Jacquier faleceu em Homs durante uma viagem autorizada pelo regime, que restringe drasticamente os deslocamentos dos jornalistas no país.
Nenhuma testemunha teve condições de afirmar se o obus que o matou foi disparado pelos rebeldes ou pelo Exército sírio.
Novo balanço
Mais de 7.600 pessoas, a maioria civis, morreram na repressão a protestos da oposição síria desde março de 2011, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
As vítimas são 5.542 civis, 1.692 soldados e policiais e 400 desertores das forças da ordem, segundo Rami Abdel Rahmane, chefe da organização.
‘Zonas protegidas’
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal organismo da oposição, pediu nesta quarta-feira à comunidade internacional a criação de “zonas de proteção” na Síria e solicitou à Rússia que convença o governo sírio a autorizar a passagem de comboios humanitários.
Durante a conferência dos amigos do povo sírio prevista para sexta-feira na Tunísia, o CNS buscará obter “ajuda humanitária e uma zona de proteção dentro da Síria”, destacou a oposição no exílio em uma entrevista coletiva em Paris.
“É possível garantir rotas protegidas com um compromisso russo para obrigar o regime a respeitar o acesso da ajuda humanitária em total segurança”, completou.