A jovem Aline Cristiane dos Reis, de 24 anos, que sofreu graves queimaduras após uma amiga jogar óleo quente em seu rosto, falou pela primeira vez sobre o episódio. Em entrevista ao G1nesta sexta-feira (15), a vítima, que segue internada na Santa Casa de Misericórdia de Santos, no litoral de São Paulo, contou sua versão sobre o que aconteceu e revelou seu sentimento em relação à suspeita, Vastiane Karolayne Alves, de 23 anos.
Segundo Aline, ela estava passando pela rua onde Vastiane mora, no bairro Perequê, emGuarujá, quando foi agredida. ”Eu estava com a Vitória, minha amiga. A gente procurava uma lan house, mas como estava cheia, saímos e passamos pela rua da Vastiane. Estava conversando com a Vitória e uma outra amiga. Quando a Vastiane me viu, logo veio falar para eu pagar o celular dela, que estava com defeito. Eu falei que não, porque o aparelho era roubado. Mas ela continuou insistindo. De repente, virou do nada, veio pelas minhas costas e jogou aquele óleo quente. Nisso, a filha e o sobrinho dela também foram atingidos”, lembra.
A vítima destaca que, ao contrário do que asuspeita chegou a alegar por meio das redes sociais, ela não portava um facão no momento da agressão. “Eu não estava com faca, não estava com nada. Ela que veio me xingar, me obrigar a pagar por algo que não tinha feito. Como eu disse, nem dela o celular era. O marido de uma das minhas amigas é que me socorreu e me levou até o Pronto Socorro do Perequê. Depois, fui transferida para a Santa Casa”, comenta.
Aline confirma ainda que, antes deste episódio, Vastiane já havia tentado uma ação parecida. Porém, ela achou melhor não denunciá-la à polícia. “Ela já havia tentado me machucar. Tentou me atacar com uma tesoura, que deixou uma marca, e jogou água quente em mim. Nesse dia, queimou as minhas pernas e o peito”, relata.
Por esse motivo, a vítima acredita que a agressão foi premeditada. “A Vastiane pensou no que ia fazer. Ela é diabólica. Eu a conheço, éramos amigas. Com certeza ela pensou, não tenho dúvidas disso. Só que, agora, ela está com medo das consequências. Mas ela devia ter pensado nisso antes. Não pensou, agora vai ter que aguentar”, afirma.
Aline também critica a postura de Vastiane, quefez poses sensuais enquanto recebia uma intimação da Polícia Civil e postou as fotos em uma rede social. “Eu vi as fotos. Ela não tem noção. Não bastasse o que fez, ainda tira uma onda. Ela gosta de brincar com as coisas”, comenta.
Indagada sobre um possível perdão à Vastiane, Aline admite a possibilidade. Mas, antes disso, ela espera por Justiça. “Ela não pode ficar impune. Estou toda queimada, com dores e problemas para enxergar com o olho esquerdo. E tudo isso por causa de um celular? Eu era amiga dela, a gente saía para ir aos bailes. Quando uma não tinha dinheiro, a outra pagava. Estávamos juntas. Ainda não consigo acreditar que ela fez uma maldade dessas. Eu perdoo, mas ela no canto dela e eu no meu. Ela é uma coitada. Deixo nas mãos de Deus”, conclui.
intimada pela polícia (Foto: Reprodução/Facebook)
Depoimentos
Aline foi ouvida no hospital pela polícia na quarta-feira (13). A irmã de Vastiane esteve na Delegacia da Mulher de Guarujá na quinta-feira (14) e prestou depoimento. Já a suspeita, que havia sido intimada a depor também na quinta-feira, não compareceu. Segundo a Polícia Civil, o advogado de Vastiane informou que ela se apresentará para esclarecimentos em uma nova data.
Suspeita se defende
Vastiane, por meio de sua página pessoal em uma rede social, admitiu ter atacado a vítima, mas destacou que teria sido vítima de crimes por parte de Aline antes do episódio. Segundo a postagem, a vítima teria lhe roubado pertences pessoais, e por isso a agrediu, antes mesmo do episódio em que jogou óleo na amiga. “Ela levou minha corrente, e não satisfeita, roubou o meu celular. Eu já tinha batido nela, mas não satisfeita, ela inventou para ‘os caras’ que eu era ‘cagueta’. Não que eu estivesse certa, mas ela também não foi, porque cada ação tem uma reação”, disse Vastiane.
Em outra postagem, Vastiane rebateu a versão de que teria planejado a ação, dizendo que a Aline estava dormindo na casa dela e que as duas eram amigas, mas houve um desentendimento. “Quando foi na sexta-feira, eu estava com a panela quente no fogo para dar almoço para as crianças e ela chegou me afrontando na minha casa. Ela estava com um facão para me matar, sendo que comia, bebia e dormia na minha casa. Eu apenas me defendi empurrando e a panela veio junto sobre o rosto dela, respingando óleo na minha filha pequena de seis anos e no meu sobrinho de três”, comentou.
Fonte: Portal G1