O número de mulheres saudáveis que querem retirar as mamas como prevenção do câncer tem aumento, de acordo com registro de cirurgiões plásticos. Acredita-se que a motivação é “efeito Angelina Jolie”. A atriz revelou em maio, em artigo publicado no jornal New York Times, ter se submetido ao procedimento, após descobrir uma mutação genética que a torna propensa a desenvolver tumores nas mamas e ovários. Ainda não há números estimados sobre o acréscimo, mas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica afirma que seus afiliados têm relatado até o dobro da procura que tinham antes da revelação da famosa. “É uma coisa assustadora, mas compreensível. A maioria dos casos não tem indicação cirúrgica. São aquelas mulheres que ouviram o galo cantar e querem cantar junto. Há muita desinformação”, diz o presidente da SBCP, José Horácio Aboudib. A cirurgia é indicada para mulheres com forte histórico familiar, como mãe, irmã ou avó com câncer de mama ou de ovário, antes da menopausa, ou com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que as tornam mais predispostas a desenvolver a doença. “Foi uma cancerofobia. Começaram a aparecer muitos casos sem pertinência nenhuma para a cirurgia, como de mulheres cujas avós tiveram câncer aos 70, 80 anos”, afirma o cirurgião plástico Alexandre Munhoz, coordenador da câmara de reconstrução mamária da SBCP. Só 10% dos tumores têm origem genética; 0,2% da população carrega mutações nos genes BRCA 1 e 2.
BN