O desfile cívico em comemoração ao 2 de Julho, data em que se celebra a Independência do Brasil na Bahia, reuniu dezenas de torcedores vestidos nas cores da bandeira brasileira, em Salvador, nesta segunda-feira (2), dia de jogo da seleção na Copa da Rússia. Seguindo a tradição, alguns protestos também marcaram o evento, que ocorreu no centro da cidade.
As comemorações começaram por volta das 6h, com uma alvorada com queima de fogos, no Largo da Lapinha, seguida de uma celebração na Paróquia do bairro, às 6h30. Depois, por volta das 7h30, as bandeiras do Brasil, Bahia e Salvador foram hasteadas pelo governador Rui Costa, pelo prefeito ACM Neto e pelo deputado estadual Ângelo Coronel, presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
O desfile começou por volta das 8h30, sentido Avenida Sete de Setembro. Desde a concentração até o final da caminhada, o verde e o amarelo estavam presentes no cortejo, com os torcedores ansiosos para o jogo do Brasil.
Por conta da partida, o desfile chegou a ser antecipado em uma hora. No ano passado, o cortejo saiu às 9h30, puxados pelas imagens do Caboclo e da Cabloca, dois dos símbolos da luta pela independência na Bahia.
Entre o público deste ano, estavam Marcos Vinícius, de 32 anos, e Jaqueline Novaes, de 33. Animado para a partida contra o México, o casal levou a filha, Melina Novaes, de 1 e 6 meses, para acompanhar a comemoração e torcer. Este foi o primeiro ano de Melina na festa cívica.
“Eu vinha com meus pais. Então, tenho que fazer a mesma coisa com minha filha. Trazer para ela conhecer a cultura. Fazer ela participar. E, hoje, estamos nessa expectativa de ganhar, né”, contou Jaqueline Novaes.
Além da família de Melina, a torcedora Emanuelle Silva, de 33 anos, também estava no clima da Copa. Ela acompanhou os amigos no desfile e, em seguida, disse que iria para o Pelourinho para assistir ao jogo.
“Eu acho que o país está vivendo tantos problemas sociais e políticos que assistir ao jogo é como, inclusive, um processo de fuga desses problemas que a gente vem vivenciando. Por isso, tentar aliar o aspecto da Copa, que é algo tão nacional, tão patriótico, para a gente poder também discutir as questões sociais enfrentadas no país”, argumentou Emanuelle.
Outra torcedora animada para a partida foi a auxiliar de biblioteca Sueli França, de 33 anos. Nem uma deficiência que atrapalha a locomoção dela desde a infância a impediu de acompanhar o desfile. Ao lado da amiga Gisele Oliveira, ela comentou a festa.
“Eu vim porque está um clima de festa, uma época de Copa. Vim toda uniformizada para torcer pelo Brasil. Hoje é Brasil rumo ao Hexa”, contou.
Durante o desfile, Sueli França ainda deixou uma mensagem de otimismo.
“Dois médicos me deram dois diagnósticos. Um me falou que foi paralisia. Já o outro me disse que foi um problema congênito que eu tenho. Só que isso não me impede de trabalhar, de me divertir, nem de ser feliz, porque a gente tem que viver a vida intensamente. Isso que importa. Amanhã a gente não sabe nem se está aqui. A gente tem que aproveitar a vida ao máximo”, disse Sueli França.
Protestos
Entre as pautas das manifestações ocorridas no desfile ao 2 de Julho deste ano, figuraram as questões políticas. Um dos temas foi a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com placas e cartazes, um grupo de manifestantes pedia a liberdade de Lula.
Outro ponto abordado pelos manifestantes foi a construção do BRT na cidade. Um grupo chegou a caracterizar um dos integrantes de árvore e o outro de lenhador, em referência à pauta.
O projeto do BRT é centro de polêmica entre prefeitura, moradores, urbanistas e ambientalistas desde o início do ano. Alguns protestos chegaram a ser realizados no canteiro de obras do empreendimento. Em seguida, a Justiça proibiu o bloqueio dos espaços.
G1 Bahia






