Em nota divulgada nesta segunda-feira (17), o Partido dos Trabalhadores (PT) convocou os militantes da sigla para uma “batalha” nas eleições municipais deste ano. A orientação é para que, além de conseguir votos, os filiados defendam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o próprio partido e os demais líderes e ocupantes de mandatos.
O texto foi elaborado pela Executiva Nacional, que reúne a cúpula do PT, durante encontro nesta segunda. A nota, porém, não menciona reportagem publicada neste fim de semana pela revista “Veja”, segundo a qual o operador do mensalão, Marcos Valério, tem dito a amigos e familiares que Lula seria o “chefe” e “fiador” do suposto esquema de compra de apoio político.
A nota do PT conclama os filiados para “uma batalha do tamanho do Brasil: em cada cidade, pequena, média ou grande, trata-se de obter grandes votações, elegendo vereadores e vereadoras, prefeitos e prefeitas. E fazendo a defesa de nosso partido, do ex-presidente Lula, de nossos mandatos e lideranças, bem como do legado dos nossos governos, que melhoraram as condições de vida e fortaleceram a dignidade do povo brasileiro”, diz a nota.
O texto continua dizendo que “é a militância consciente quem desfaz as mentiras, demarca o campo, afirma nosso projeto, reúne nossas bases e alianças, construindo vitórias não apenas eleitorais mas também políticas”.
Segundo a revista, Lula “teria se empenhado diretamente na coleta de dinheiro” para o esquema e tinha o ex-ministro José Dirceu, réu no processo do mensalão, como seu “braço direito”. O caixa do PT no esquema, também segundo “Veja” seria de “pelo menos” R$ 350 milhões. O valor é quase três vezes superior ao que foi denunciado pelo Ministério Público Federal.
Desde a publicação da reportagem, Lula não se manifestou sobre o conteúdo da denúncia e partidos de oposição já estudam apresentar uma representação para que o Ministério Público investigue o ex-presidente.