Muita emoção e lágrimas marcaram o velório do surfista Ricardo dos Santos, morto nesta terça-feira. Lotado, o Salão Paroquial da Igreja da Guarda do Embaú, em Palhoça, recebeu o corpo de Ricardinho por volta das 23h10 desta terça-feira. O sepultamento está marcado para as 10h desta quarta no cemitério de Paulo Lopes, cidade vizinha, também na Grande Florianópolis, mas pode ocorrer no período da tarde porque amigos de outros países devem participar do ato.

Por volta das 21h, as primeiras pessoas começaram a chegar. Aos poucos, o salão paroquial encheu de familiares, amigos e locais, que prestavam a última homenagem ao surfista, muitos vestindo branco, a cor da paz. Durante o velório, a emoção aumentou e a mãe de Ricardinho chegou a desmaiar, como havia acontecido no momento que soube da morte do filho, no início da tarde.
Diferente da primeira opção prevista pela família, o corpo de Ricardo dos Santos não será cremado. Inicialmente, a família havia optado pela procedimento, para depois jogar as cinzas no mar da Guarda do Embaú, mas os parentes decidiram realizar o enterro devido à dificuldade nos trâmites para emissão da escritura. O surfista, alvejado com três tiro que atingiram tórax e abdômen por um policial militar, não resistiu ao choque hemorrágico e disfunção de múltiplos órgãos, e morreu no início da tarde desta terça-feira.
O surfista faleceu um dia depois de levar três tiros em frente à sua casa, na Guarda do Embaú, em Palhoça, Santa Catarina. O surfista passou por quatro cirurgias no Hospital Regional de São José, mas perdeu muito sangue e não resistiu aos múltiplos ferimentos que atingiram pulmão e tórax. Familiares e amigos se desesperaram na entrada do hospital após a notícia e mãe chegou a desmaiar.
Após a trágica notícia, homenagens foram feitas em todas partes do mundo. Surfistas como o mito Kelly Slater, o atual campeão Gabriel Medina, entre outros amigos de Ricardinho deixaram suas mensagens de adeus na internet. Um roda de surfistas no mar do Havaí marcou um bonita imagem de consideração ao jovem catarinense morto aos 24 anos.

O caso
Na manhã da última segunda-feira, Ricardinho e o avô, Nicolau dos Santos, faziam uma obra em casa, na Guarda do Embaú. O carro do PM Luiz Brentano, que é de Joinville e estava de folga, teria parado em cima de um cano em frente à casa do surfista. O parente pediu para que os dois homens retirassem o carro do local para que o reparo no cano pudesse ser feito. O policial teria se negado, e Ricardinho foi tirar satisfações, levando três tiros no tórax e abdômen.
O surfista foi levado ao hospital pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros e deu entrada consciente. Ele sofreu com as hemorragias, passou por quatro cirurgias, ficou na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não conseguiu reagir ao tratamento.
O quarto procedimento cirúrgico de Ricardinho foi encerrado no final da manhã desta terça. O corpo médico conseguiu conter nova hemorragia, que havia surgido de manhã, e o surfista foi encaminhado novamente para a UTI. No entanto, mais uma vez, ele voltou a sofrer com sangramentos internos e sofreu uma parada cardíaca. A mãe Luciene dos Santos, e a namorada, Karoline Esser, foram chamadas para o interior do hospital e voltaram chorando muito.
Fonte: Globo Esporte






