A Davati Medical Supply LLC, cujo representante no Brasil denunciou ter recebido pedido de propina de 1 dólar por dose de cada vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Oxford, tentou aplicar um golpe no Canadá e revender doses do imunizante para grupos indígenas do país.
A empresa não tem autorização da AstraZeneca para realizar o ato. A porta-voz da farmacêutica, Mary-Anne Cedrone já afirmou que a gigante sueco-britânica ouviu vários relatos de terceiros oferecendo sua vacina para governos canadenses e outras entidades.
“Posso compartilhar que comunicamos aos governos que se uma organização [Davati Medical Supply LLC] está oferecendo o fornecimento privado de nossa vacina AstraZeneca / Oxford, provavelmente não é uma oferta legítima”, escreveu ela ao jornal The Star Phoenix.
O caso ocorreu no início do ano e acendeu o alerta em autoridades locais, que decidiram investigar o caso depois que ouviram da própria AstraZeneca a informação de que a fabricante não opera com intermediários.
A empresa, assim como o Butantan, a Janssen e a Pfizer, diz negociar e distribuir seus imunizantes exclusivamente para governos e organismos internacionais da área da saúde, como o consórcio internacional Covax.
Na terça-feira (29), a Folha de S. Paulo publicou que Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical no Brasil, acusou o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, de ter cobrado os valores em um restaurante de Brasília no dia 25 de fevereiro.
Na transação canadense, a Davati teria sinalizado que poderia obter seis milhões de doses da vacina da AstraZeneca, a 3,50 dólares a dose, o que daria um custo total de 21 milhões de dólares.
A presença de um intermediário, porém, levou autoridades locais a desconfiar da “legitimidade” da oferta. Desde então o site da empresa está fora do ar no país.
O endereço da companhia, na cidade de Round Rock, no Texas, é o mesmo de uma empreiteira chamada Davati Building Products.
Fonte: Terra Brasil Notícias