Desaparecidos há séculos sob o piso do atual povoado de Puerto de Palos, na região autônoma espanhola da Andaluzia, os restos do porto de onde partiu o navegante genovês Cristóvão Colombo para conquistar a América pelos europeus, em 1492, foi descoberto. Autoridades da província de Huelva, onde fica o povoado, encontraram diversos vestígios de paredes, fornos de artesanato e garagens de barcos que pertenciam ao porto original. Eles afirmam ter encontrado com exatidão os lugares de onde partiram as míticas caravelas Santa Maria, Pinta e Nina.
A descoberta se seguiu a dois meses de escavações realizadas por uma equipe liderada por arqueólogos da Universidad de Huelva, com o professor Juan Manuel Campos à frente.
– Era um porto natural, protegido dos ventos e distante das zonas de fortes correntes. Muito econômico, permitia sem muito trabalho o carregamento e o descarregamento de mercadorias – afirmou o professor.
Chamou a atenção a presença de sete fornos onde se coziam objetos de barro, bem como um pátio com 800 metros onde se desenvolviam atividades aduaneiras, um armazém e dependências para o descanso e as refeições dos marinheiros.
– Achamos cerâmicas provenientes de Gênova, Pisa e Savona, um setor de destaque da atividade na atual Itália – descreveu Campos.
Havia ainda em estaleiro na zona, onde se construiu a caravela Pinta, usada na expedição de Colombo.
Agora, a equipe do professor Campos pretende fazer uma reconstrução virtual da zona, com a elaboração de mapas interativos que permitam ao público saber melhor como era a vida na então agitada zona portuária da hoje pequena cidade de 10 mil habitantes. Até agora, a única coisa remanescente da época em que Colombo partiu era uma fonte pública, a Fontanilla, que, segundo a tradição, forneceu a água de que os navegadores precisariam para enfrentar os meses no mar.
Fonte: O Globo