O nível de endividamento das famílias com os bancos avançou pelo oitavo mês consecutivo em agosto deste ano e atingiu o patamar recorde de 45,36%, segundo informações do Banco Central nesta sexta-feira (25). Em doze meses até julho, o indicador estava em 45,1%. Neste ano, o endividamento cresceu 1,92 ponto percentual, visto que estava em 43,44% no fechamento de 2012.
Segundo economistas, a elevação do endividamento das famílias está relacionada com o crescimento menor da economia brasileira, que também gera expansão mais contida da renda; com o aumento da inflação, que ao corroer o poder de compra da população impulsiona a busca por novos empréstimos; e, também, com a continuidade da procura pelo crédito – também imobiliário.
O endividamento das famílias vem registrando alta, embora não contínua, desde o início da série histórica da autoridade monetária, em janeiro de 2005. Naquela época, estava em um patamar bem menor: 18,39%. Em fevereiro de 2007, atingiu a marca de 25% e, no início de 2008, superou a barreira dos 30%. A marca dos 40% foi registrada no começo de 2011.
Endividamento tem queda sem crédito imobiliário
Os dados do BC mostram que, excluindo o crédito imobiliário, o endividamento das famílias registrou pequena queda. Em doze meses até agosto, somou 30,38% – contra 30,41% no ano encerrado em julho.
Isso quer dizer que o aumento no endividamento das famílias, no mês passado, está relacionado com o aumento do crédito para compra da casa própria. Economistas avaliam que, neste caso, os tomadores de crédito estão trocando o aluguel pelas prestações do financiamento – o que não é necessariamente negativo, uma vez que estão constituindo patrimônio.
Entre maio de 2011 e setembro de 2012, o endividamento das famílias, tirando o crédito imobiliário, operou acima de 31%. O patamar atual, porém, está bem acima do registrado no início da série histórica, em 2005, quando somava 15,2%.
Comprometimento da renda recua
Os números da autoridade monetária também revelam que o comprometimento mensal da renda das famílias com pagamento de empréstimos para instituições financeiras registrou pequena queda no mês de agosto, para 21,40%, contra 21,46% em doze meses até julho deste ano. Em 2005, este indicador estava em 15,61%, atingindo a barreira dos 20% em junho de 2011.