Uma equipe preliminar de monitores do cessar-fogo da Organização das Nações Unidas (ONU) começou a trabalhar na Síria nesta segunda-feira (16), buscando assegurar que as forças do governo e a oposição respeitem os termos da trégua, afirmou o porta-voz do mediador Kofi Annan.
Um grupo de seis observadores chegou a Damasco na noite de domingo, liderados pelo coronel marroquino Ahmed Himmiche. “A missão começará com a organização de uma sede operacional nesta manhã, e contatando o governo sírio e as forças de oposição para que ambos os lados compreendam completamente o papel dos observadores da ONU”, disse o porta-voz Ahmad Fawzi em uma declaração. “Os outros 25 (observadores) são esperados para os próximos dias”, informou.
O Conselho de Segurança da ONU concordou no sábado em enviar monitores desarmados para supervisionar o cessar-fogo que começou oficialmente na quinta-feira, mas tem sido marcado por relatos de violência e bombardeios na cidade de Homs, foco de conflitos.
No domingo, Fawzi disse que esperava que o Conselho de Segurança adotasse uma segunda resolução até o fim da semana para autorizar o deslocamento de uma missão completa de observadores, com pelo menos 250 monitores, incluindo especialistas em direitos humanos.
‘Moderação absoluta’
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu “moderação absoluta” às autoridades sírias e convocou a oposição a cooperar, após considerar que o cessar-fogo continua sendo frágil na Síria. “As autoridades sírias devem dar provas de moderação absoluta” e as forças de oposição também devem cooperar plenamente para permitir a aplicação do plano de saída da crise do emissário internacional da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan, disse Ban em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
O secretário-geral da ONU considerou “muito frágil” o cessar-fogo no país, ao considerar que era muito importante que todas as partes, começando pelo regime, respeitem as condições impostas.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que participava da coletiva de imprensa junto com Ban, também lançou um chamado à Damasco. “Convocamos o governo sírio a respeitar plenamente o plano em seis pontos e de forma urgente”, disse.
Até o momento, o secretário-geral da ONU negou-se a contemplar a opção de uma proteção militar para os observadores da ONU que começaram a se mobilizar no país. “Não contemplamos proteção militar no momento porque não pensamos que sua liberdade de movimento deva estar garantida” pelas autoridades sírias, ressaltou.