O escândalo de falsificação dos dados de emissão de poluentes nos carros a diesel fabricados pela Volkswagen toma proporções mundiais. Além dos 500 mil veículos das marcas VW e Audi vendidos nos Estados Unidos, o grupo alemão admitiu nesta terça-feira (22) que 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo estão equipados com o software fraudulento. O escândalo compromete os lucros da montadora e as ações da Volks perdem mais de 20% hoje.
A Volkwagen reconheceu que o dispositivo eletrônico que contorna a fiscalização de poluentes foi instalado em várias marcas do grupo, como Audi, Skoda, Seat e Porsche. Em comunicado, a montadora informou que vai rever suas metas de resultados para o ano de 2015 por causa do escândalo.
O grupo alemão fez um aumento de provisão de US$ 7,2 bilhões para cobrir os prejuízos com o caso. A investigação penal aberta nos Estados Unidos pode custar US$ 18 bilhões em multas à Volks, um montante que pode aumentar se outros países recorrerem à justiça.
Novos inquéritos contra a Volks
O ministro dos Transportes da Itália anunciou que o país abriu uma investigação sobre o caso. Coreia do Sul tomou a mesma decisão e chamou representantes da Volks para prestar esclarecimentos. Mas a União Europeia considera ainda prematura uma ação em nível europeu.
O ministro das Finanças da França, Michel Sapin, defendeu controles em todas as montadoras europeias, não só na Volks, para restabelecer a confiança dos consumidores.
Segundo a imprensa alemã, o CEO da Volks, Martin Winterkorn, vai ser afastado do cargo na próxima sexta-feira (25) pelo Conselho Administrativo. Depois de perder ontem mais de 17% no mercado alemão, as ações da Volks despencam mais de 20% hoje na bolsa de Frankfurt.
Desconfiança europeia
A imprensa francesa de hoje revela que a descoberta da manipulação da Volks trouxe desconfiança sobre todos os testes antipopulição de automóveis. Le Figaro sugere que outras montadoras europeias também manipulam os resultados. A conclusão é feita a partir dos resultados quase idênticos, obtidos pelas empresas e validados pelas autoridades, nos testes de emissão de poluentes dos motores a diesel e a gasolina.
Les Echos informa que há discussões no continente para que esse cálculo seja reelaborado e seja mais verídico, se aproximando das altas taxas de poluição registradas nas estradas.
Fonte: MSN Notícias