No calendário da saúde, a data de 29 de maio é reservada ao Dia Mundial da Saúde Digestiva. O marco tem como objetivo chamar a atenção da população sobre a importância do diagnóstico correto e precoce no tratamento das doenças do aparelho digestivo. Neste cenário, a saúde digestiva pode ser definida como a correta digestão, absorção e assimilação dos alimentos, e a eliminação do que não é aproveitado pelo organismo.
Distensão abdominal, constipação ou diarreia, azia ou queimação, peso no estômago após se alimentar, refluxo gástrico, gazes, dentre muitos outros sintomas desagradáveis, são os principais alertas de enfermidades como gastrite, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), síndrome do intestino irritável, colite ou algum outro tipo de patologia do aparelho digestório. Os problemas digestivos podem causar estragos em todo o corpo, levando a alergias, artrite, doenças autoimunes, erupções cutâneas, acne, fadiga crônica, transtornos do humor, demência, câncer e muitas outras doenças.
Ter uma boa saúde digestiva significa mais do que simplesmente estar livre de incômodos como inchaço ou azia. É absolutamente fundamental para a saúde. “A saúde digestiva está ligada diretamente ao bem estar físico e emocional do paciente. O estresse, por exemplo, pode levar a pessoa a desenvolver problemas gástricos”, afirma a gastroenteorologista da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP), Renata Travassos.
Diante dos primeiros sintomas, a médica adverte que é preciso procurar um especialista. “Às vezes uma coisa aparentemente simples pode esconder algo mais sério. Por isso, uma investigação é sempre necessária. Através dos exames de endoscopia e colonoscopia podemos ver o sistema digestivo alto e baixo, detectando assim uma lesão precoce, a presença da bactéria Hagapilori, que pode causar úlcera, como também podemos colher material para uma biópsia. Se necessário, outros exames como ultrassom, tomografia e ressonância podem ser solicitados”, esclarece Renata.
Pessoas com predisposição hereditária ou genética devem fazer o acompanhamento mais cedo. “Se o paciente tiver um parente de primeiro grau que tenha tido câncer no esôfago, estômago, ou intestino, por exemplo, deve fazer os exames a partir dos 40 anos. A colonoscopia é indicada a todos os pacientes acima de 50 anos, como forma de prevenção ao câncer de intestino”, adverte. Se a doença estiver associada a problemas emocionais, como a síndrome do intestino irritável e a gastrite nervosa, como é comumente chamada, deve-se fazer um acompanhamento com uma equipe multiprofissional, que inclui psicólogo e nutricionista.
A saúde digestiva necessita de um constante processo de gerenciamento e atenção. Deve-se evitar uma dieta pobre em fibras e o uso excessivo de medicamentos que prejudicam a função digestiva ou intestinal normal, como antiácidos, anti-inflamatórios, antibióticos, esteroides, hormônios e medicamentos antidepressivos. Beber 2 litros de água por dia; comer regularmente frutas, folhas verdes e grãos; manter uma alimentação equilibrada comendo carboidratos, proteínas, lipídios (gorduras), vitaminas e minerais; praticar exercícios por pelo menos meia hora todos os dias e consultar um especialista na área, que possa auxiliar na adoção de hábitos saudáveis, também estão entre as dicas importantes.