Representantes dos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Piauí negociam uma disputa de terras que atualmente pertencem à Bahia, mas que podem ser redistribuídas a partir de quinta-feira (13), quando termina o prazo do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o acordo entre os estados seja firmado. Na Bahia, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto, no oeste, são as três cidades que podem perder parte de suas terras.
A divisa do oeste da Bahia com os outros estados é feita com base nos limites da Serra Geral, cálculos que são questonados pelos outros estados. Por encomenda da justiça, o Exército realizou um novo traçado, onde a Serra não é mais utilizada como demarcador, e sim os limites do mar, o que faria com que os três municípios baianos perdessem 108 mil hectáres de terra, uma área maior que a capital, por exemplo, que tem 69 mil héctares. A disputa pelas terras está na justiça desde 1986.
Economia
A região onde acontece a disputa de terra tem um dos hectáres mais valorizados do estado, que chega a valer R$ 15 mil reais o hectáre. Na região, que é plana e tem bons índices pluviométricos para a gricultura, é cultivado soja, milho e pecuária de corte.
O agricultor Fábio Lauck, que tem terras onde podem estar a nova divisa entre os estados, corre o risco de ter seu terreno repartido entre Bahia e Tocantins. “A gente tá aqui há 30 anos e agora eu não sei se sou baiano ou tocantinense. Porque daqui a pouco podem vir pessoas dizendo que são donas dessas áreas, e realmente não são”, teme.
Os integrantes da Associação de Agricultores e Irrigados da Bahia acreditam que uma alteração nos limites das terras poderá causar prejuízos aos moradores das áreas fetadas. “Como outro estado vai fazer gestão de área que nem acesso tem? Essas áreas vão ficar em ilhas isoladas, onde há um acidente geográfico de 200, 300 metros, onde não tem como se acessar. Nós entendemos que os problemas que podem ser gerados são muito maiores do que possíveis beneficios que um estado ou outro pode ter em função dessa área”, diz Alex Rasia, diretor executivo da associação.