Uma crise no Sistema Cantareira em 2015, que desencadeia uma “guerra da água”, foi prevista em um estudo de planejamento feito há seis anos pelo governo José Serra (PSDB). O documento, intitulado Cenários Ambientais 2020, foi elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente em 2009 e contou com a colaboração de mais de 200 especialistas.
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Usina Hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais, pode chegar ao fim do ano com 5% da sua capacidade |
O objetivo era estabelecer diretrizes e planos de ação para o Estado de São Paulo e, assim, evitar que as previsões mais pessimistas se confirmassem. Como se estivesse situado em 2020, mas olhando para os anos anteriores, o texto fala como se estivesse no futuro.
“Por volta de 2015, a crise atingiu também a Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí”, diz o texto. Os rios citados compõem o Sistema Cantareira – o principal manancial de São Paulo, que hoje opera com 5,1% da capacidade, incluindo volume morto.
Hoje, a saída mais provável que está sendo estudada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para tentar evitar o colapso completo do Cantareira é rodízio de quatro dias sem água e dois com. Técnicos do governo Geraldo Alckmin (PSDB) defendem que a medida seja adotada na Grande São Paulo já a partir de março, caso a seca no maior manancial paulista continue crítica no próximo mês.
No Rio, o governo anunciou ontem medidas contra grandes indústrias. Depois de uma reunião com representantes de quatro empresas – Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), Gerdau, Furnas e Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC) – o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, afirmou que elas serão obrigadas a comprar água de reúso.
Juntas, elas comprometem cerca de 15% da vazão do Guandu, que abastece 9 milhões de pessoas. Em Minas Gerais, o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, na região central do estado, pode chegar ao fim do ano com apenas 5% de sua capacidade, caso não chova na área.
Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais, o nível ontem era de 10,4% e o governador, Fernando Pimentel (PT), afirmou que o uso da água da represa terá que ser “controlado” para que não se esgote.
Fonte: Correio da Bahia







