O Conselho Federal de Economia entende que a elevação da Selic, taxa básica de juros, para 14,25% é exorbitante.
A instituição divulgou um estudo em que as seguidas altas na taxa de juros são apontadas como agravante da situação do mercado de trabalho no Brasil entre 2002 e 2015.
O vice-presidente do Conselho Federal de Economia, Julio Miragaia, explica como a alta da Selic afeta o dia a dia do cidadão.
“O Banco Central aumenta a taxa básica de juros, aumenta consequentemente todas as demais taxas. O cartão de crédito, o cheque especial, o crédito pessoal, tudo isso o consumidor já sentiu. Ele já vem sentindo há dois anos esse impacto, dai a retração do crédito, do consumo. Agora ele está sentindo talvez o pior efeito, que é o efeito do emprego. Agora ele está sentindo na prática ou na dificuldade de arrumar emprego ou na perda do posto de trabalho.”
O estudo destaca que foram eliminados 390 mil empregos com carteira assinada no primeiro semestre de 2015 no país e alerta para a possibilidade de chegar à marca de 1 milhão de empregos perdidos até o fim do ano.
Para o professor de economia da Unb Roberto Ellery, o aumento da taxa de juros se faz necessário para combater a inflação.
“Quando você faz uma elevação da taxa de juros, você causa um mal estar nas pessoas. As pessoas não vão conseguir comprar o que estavam pensando, não vão conseguir trocar de carro, talvez não comprem o apartamento, porque a elevação dos juros encarece os financiamentos. Essa escolha que o Banco Central está colocando é mais ou menos como escolher tratar o dente. Se você não trata, vai piorando. Então o que o Banco Central está fazendo agora é um ajuste necessário, quanto antes feito melhor.”
O Comitê de Politica Monetária (Copom) do Banco Central entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no fim de 2016.
Fonte: Agência Brasil