O governo de Barack Obama não pedirá pena de morte para Edward Snowden se a Rússia o devolver aos Estados Unidos, afirmou o procurador-geral americano, Eric Holder, em carta às autoridades russas divulgada nesta sexta-feira (26).
Além disso, Holder prometeu que Snowden não será torturado se regressar aos EUA para ser julgado por espionagem após ter divulgado dados dos programas secretos do governo americano.
Na carta, datada de 23 de julho, Holden diz que busca afastar alegações sobre o que aconteceria com Snowden caso a Rússia o entregue para enfrentar acusações de divulgação ilegal de detalhes de um amplo programa de monitoramento das agências americanas de inteligência.
O procurador afirma na carta que não é válido o argumento de Snowden para obter asilo na Rússia. O ex-consultor dos serviços de inteligência dos EUA alega que será vítima de perseguição, um julgamento injusto e até mesmo morte em território americano.
Segundo disse nesta sexta-feira (26) um responsável dos serviços de imigração russos, Snowden poderia permanecer na zona de passagem do aeroporto Sheremetievo de Moscou por até seis meses.
Esse seria o prazo máximo que o jovem americano, fugitivo da justiça de seu país, teria que esperar até que seja resolvido seu pedido de asilo para Moscou.
Em fuga
Snowden já está há mais de um mês no aeroporto moscovita, desde que aterrisou em 23 de junho procedente de Hong Kong, sem poder entrar em território russo e nem voar para outro país, já que os EUA anularam todos os seus documentos por ter revelado uma espionagem em massa por parte dos serviços secretos americanos.
Nesta semana circularam informações de que o ex-analista da CIA deixaria o aeroporto após ter recebido o recibo de sua solicitação de asilo temporário. Contudo, o americano continua no aeroporto. Seu assessor legal russo, Anatoli Kucherena, afirmou que seu pedido está em análise e o documento pode ser entregue a qualquer momento.
O advogado também disse que Snowden disse que sua intenção atual é ficar na Rússia, embora três países latino-americanos (Venezuela, Nicarágua e Bolívia) tenha lhe oferecido asilo político permanente.