Veste o melhor dos figurinos de conveniência para a ocasião o prefeito ACM Neto (DEM) quando diz que nada está decidido sobre a candidatura das oposições ao governo no momento seguinte à decisão do ex-governador Paulo Souto (DEM) de se candidatar e do presidente do PMDB, Geddel Vieira Lima, de confrontá-lo com a sua própria candidatura, o que pode comprometer o projeto de unidade com que DEM, PSDB e PMDB sonhavam com o objetivo de vencer a sucessão estadual.
Segundo Neto, a decisão (sobre quem será o candidato) não sairá da “vontade de um único partido ou de uma liderança”. É uma manifestação clara no sentido de que o prefeito vai se empenhar em buscar assegurar as condições para a construção da unidade até um limite que apenas ele sabe qual é. No entanto, fala até agora muito mais alto a efusiva postura que Neto adotou em relação a Paulo Souto durante a reinauguração do Plano Inclinado Gonçalves, esta semana.
Era a primeira vez que o ex-governador ia a um evento da Prefeitura. Não por acaso após ter dito a Neto, na semana anterior, que aceitava ser candidato ao governo. Ou seja, foi lá para exibir-se como um autêntico candidato, o que evitara até então. E chegou para trafegar sobre um tapete vermelho colocado por Neto, que o cobriria, ainda, de elogios na solenidade. “Eu particularmente me inspiro em Paulo Souto para governar Salvador”, foi o mínimo que disse sobre o democrata.
Daí que, apesar de Neto se posicionar no sentido de defender a unidade, o cenário em que Souto aparece como seu preferido parece já ter sido muito bem utilizado.