Por Emerson Rocha
Nesta sexta-feira (04) o rio São Francisco completou 512 anos de descobrimento. Para comemorar a data, o grupo Articulação Popular São Francisco Vivo montou uma exposição fotográfica na barca “Velho Chico”, com 70 imagens que mostram as belezas, mazelas e o cotidiano das pessoas que vivem às margens do rio. As fotografias são do fotógrafo João Zinclar que percorreu os caminhos do Velho Chico conversando com seu povo e conhecendo mais sobre esse rio tão importante para os sertanejos.
“Essa é uma celebração ao Velho Chico e um momento de chamar a atenção para o estado do rio. Esse é um rio que gera tanta vida, produz energia, alimento, que é fonte de lazer, mas, ao mesmo tempo, é um rio tão maltratado e desprezado”, explicou o integrante da Articulação Popular São Francisco Vivo, Cícero Félix, lembrando que a exposição também é uma homenagem a João Zinclar, falecido em janeiro deste ano.
Além de celebrar e fazer um alerta sobre a situação do Velho Chico, a mostra serviu como fonte de aprendizado para os passageiros da barquinha, como as irmãs Amanda e Aline Gomes. As estudantes de 17 e 14 anos são da cidade de Santa Luz (BA) e afirmaram que a exposição revelou um mundo ainda desconhecido por elas. “A exposição está sendo muito legal, porque estamos tendo a chance de conhecer o rio São Francisco”, elogiou Amanda.
Para Aline, as fotografias fazem com que as pessoas aprendam a cuidar melhor do Velho Chico. “A gente aprende vendo a nascente, os povos e as pessoas fazendo protesto para preservar o rio”.
O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas (MG) e percorre cerca de 2.800 quilômetros até desaguar no Oceano Atlântico, passando por cinco estados. Além de Minas Gerais, o Velho Chico pode ser desfrutado em Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe. No Vale do São Francisco o rio ocupa uma área aproximada de 620 mil quilômetros quadrados, incluindo 505 municípios, com uma população de cerca de 18,2 milhões de pessoas.