A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) planeja realizar novos testes de cockpits fechados no próximo mês. A informação é do site norte-americano ‘Motosport.com’. A decisão foi acelerada por conta do acidente que vitimou o piloto inglês Justin Wilson, da Indy, na última segunda-feira (24).
Competindo pela Andretti na etapa de 500 Milhas em Pocono, disputada na tarde de domingo, Wilson foi atingido na cabeça por um pedaço de carenagem que foi lançado de volta à pista no acidente iniciado por Sage Karam. Justin foi levado ao hospital e não resistiu aos ferimentos. O acidente reavivou as discussões sobre segurança e as alternativas para proteger o piloto dentro dos monopostos.
Nos últimos anos, dois exemplos chamaram a atenção para a fragilidade dos fórmulas. Em 2009, Felipe Massa foi atingido na cabeça por uma peça que escapou do carro de Rubens Barrichello, que vinha à sua frente, durante o treino classificatório para o GP da Hungria. O brasileiro, apesar da violência da pancada, conseguiu se recuperar totalmente dos ferimentos.
No mesmo ano, o jovem Henry Surtees perdeu a vida depois de um acidente durante a F2 em Brands Hatch. O filho de John Surtees foi atingido, também na cabeça, por uma roda do carro de Jack Clarke, que escapou da pista e bateu no muro. O britânico não resistiu e morreu devido aos ferimentos.
A FIA já realizou diversos testes ao longo dos anos para avaliar os prós e contras da introdução dos cockpits fechados e encontrou obstáculos ao longo do tempo. Os testes iniciais mostraram dois problemas relacionados ao design – ou a tampa de policarbonato poderia quebrar ou simplesmente poderia soltar detritos em alta velocidade que colocariam até o público em risco.
Porém, a maior apreensão da federação-mor está na potencial dificuldade de se retirar o piloto de dentro do carro em caso de emergência. Um eventual atraso da equipe média em atender o piloto, porque não consegue removê-lo rapidamente, aparece como primeira questão da lista de preocupações da entidade.
A desvantagem nesse tipo de caso foi aceita como sendo maior do que os benefícios oferecidos para melhoria da proteção da cabeça do competidor. Um exemplo citado é o acidente que envolveu Fernando Alonso e Kimi Räikkönen na primeira volta do GP da Áustria deste ano, quando a Ferrari ficou por cima da McLaren depois que os dois se tocaram. O finlandês teria levado bem mais tempo para ser retirado se tivesse acontecido algo mais sério.
As equipes da F1, ainda segundo a publicação, já se mostraram resistentes a qualquer iniciativa de cobris os monopostos, especialmente porque o cockpit aberto é algo inerente ao esporte.
No entanto, tendo em vista as preocupações quanto à remoção dos pilotos por conta da cobertura do cockpit no estilo avião de caça, o mais recente conceito é que o carro seja equipado com uma série de lâminas verticais de diferentes alturas, colocadas na frente do cockpit e que serviram para desviar os detritos e também não impediriam a saída do piloto. E supõe-se que estas lâminas sejam transparentes para que não atrapalhem a visão do competidor.
Ainda segundo a reportagem, os chefes técnicos da F1, coincidentemente, iniciaram discussões sobre o assunto junto à FIA na semana passada, antes do acidente com Justin Wilson, e aprovaram uma última rodada de testes para o próximo mês. Também haverá uma avaliação de uma ideia apresentada pela Mercedes.
Fonte: MSN Notícias