As intermináveis filas de visita formada por familiares de presos se repetem nas unidades penais de todo o país. Assim como registrado no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), falta dignidade em outros estados.
No Presídio de Trânsito, em Mato Grosso do Sul, um comerciante do entorno da unidade se propõe a organizar, por contra própria, os nomes dos visitantes a partir da ordem de chegada. No Cadeião de Pinheiros II, em São Paulo, as pessoas levam barracas de camping para terem onde se abrigar do frio ao longo da madrugada.
O material está sendo coletado pelo professor, pesquisador e advogado João Tavares da Costa Neto, que está concluindo o trabalho A família e a ressocialização da pessoa encarcerada, pela Universidad Del Museo Social Argentino (UMSA). Sem conseguir financiamento de empresas privadas para seu estudo por conta do estigma que carrega a família do reeducando, João Tavares decidiu custear a viagem, que ainda não terminou.
Os próximos destinos são Maranhão, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Buenos Aires. No mapa que já começou a desenhar em julho de 2012, João Tavares passou por sete estados, incluindo Pernambuco, onde também visitou o Cotel.
Ao longo da viagem do pesquisador, os bons exemplos são raros, como o Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Minas Gerais. Naquela unidade, as visitas são informatizadas e marcadas no Núcleo da Família, que fica no centro de Belo Horizonte. A iniciativa pôs fim à prostituição e à fila na frente do presídio. (Diario de Pernambuco)