Primeiro dia após a greve dos bancários foi de longas filas em Juazeiro e Petrolina
A greve dos bancários chegou ao fim. Em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) todas as agências, com exceção do Banco do Nordeste, voltaram a funcionar normalmente nesta segunda-feira (14). Os trabalhadores aceitaram a contraproposta da Federação Nacional dos Bancos de 8% de reajuste salarial e demais verbas e 8,5% de reajuste no piso. Nas duas cidades o primeiro dia de funcionamento das agências serviu como um teste de paciência para os clientes.
Após 23 dias sem os serviços bancários, o jeito foi encarar as filas para acertar as contas. “A situação está crítica”, descreveu o pedreiro Ailton Santos, 27 anos, que completou: “Essa greve atrasou muito. Ficou difícil para receber e pagar as contas. Eu mesmo nem recebi nem paguei a quem devia. Agora é encarar a fila”, disse Ailton, que no momento da entrevista ao Diário da Região era o último da imensa fila da Caixa Econômica no Centro de Juazeiro.
Passando pelas filas dos bancos em Juazeiro, nossa equipe encontrou pessoas que estavam ali para ajudar parentes, como fez o trabalhador rural Natan Fabrício da Silva de 21 anos. “Eu vim pegar a fila para minha madrinha, se não ela não ia conseguir”, contou.
Em Petrolina, a Agência da Caixa Econômica, no Centro da cidade, parecia um formigueiro. Era quase impossível saber onde começava e terminava a fila. “Tem que ter muita paciência”, esbravejou o aposentado Ivan Pereira, 56 anos, que tinha chegado ao banco por vota das 10h. “A hora que chegar vai ser esse tumulto”, continuou reclamando.
O garçom Alan Carlos, 23 anos, era outro que não estava nada contente com a fila que teria que encarar. “Trabalho como garçom e fico a noite toda em pé. Chego em casa de manhã e tenho que ficar o dia todo em pé na fila do banco”, lamentou.
Mesmo com todos os transtornos, os clientes aprovaram o fim da greve. Teve gente conformada até com a fila. “O importante é que acabou a greve. A fila a gente tem que aceitar”, opinou a agricultora Iraci de Souza, 45 anos.
Em compensação pelos dias parados pela greve, os bancários terão que trabalhar até uma hora a mais por dia (entre segunda e sexta-feira) até o dia 15 de dezembro.
Texto e Foto: Emerson Rocha