Na manhã deste domingo a família de Bernardo Barros Sobrinho foi ao Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias liberar o corpo do idoso, que caiu por volta das 10h do último sábado de uma passarela próxima à antiga rodoviária de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com familiares, o trajeto era rotineiro para Bernardo, que era comerciante.
— Todo sábado ele passava por ali, pois tinha um pequeno comércio perto de casa e atravessava a passarela de bicicleta para comprar o que vendia. Todos que moram ali perto sabem do perigo que era essa passarela. Um dia antes ela caiu sobre um trem e só colocaram uma fita. Dizem que interditaram, mas só tinha uma fita, a gente tem um vídeo de uma moça que estava passando — conta o filho Clayson Andrade, de 27 anos.
A filha Elisângela Barros, de 34 anos, conta que a demora, tanto da prefeitura de Duque de Caxias em contactar a família quanto do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes em notificá-los sobre a morte do pai, foi angustiante para a família.
— Fiquei sabendo da morte do meu pai pela internet. Meu filho, que tem 14 anos e é louco pelo avô, viu em uma rede social a notícia. A mulher do meu pai é diabética e hipertensa e está com a glicose alta. Quando ficamos sabendo, fomos para o hospital e lá demoraram mais de uma hora para nos darem a notícia que ele já estava morto — conta ela.
Ainda de acordo com a filha, a ambulância chegou 50 minutos depois que o comerciante tinha caído da passarela.
— Meu pai ficou quase uma hora sentindo dor, caído no chão. É um absurdo! Ele não merecia passar por isso, era uma excelente pessoa — lamenta a filha, que informou que o enterro deve acontecer amanhã, pois Bernardo tem parentes fora do estado que devem vir para o Rio.
Representantes da Secretaria de Assistência Social e da Defesa Civil de Duque de Caxias também estavam no local e informaram que estão dispostos a prestar todo tipo de ajuda para a família. Sobre a crítica da família sobre a demora no atendimento, eles informaram que, a partir do momento que o idoso estava sob cuidados do Hospital Estadual, o governo deveria ajudá-los e que fizeram o máximo possível no caso.
Questionados sobre a possibilidade de processar a prefeitura, os familiares disseram que isso não é prioridade, no momento.
— Nosso foco agora é ele. Queremos dar um enterro digno para ele — disse a filha.
Fonte: Jornal Extra