Com o tema “Juventude como protagonista da Convivência com o Semiárido”, está acontecendo no Centro de Formação Dom José Rodrigues, a 23ª Escola de Formação para Convivência com o Semiárido, voltada para os/as jovens do Semiárido Brasileiro. Representantes da juventude da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte participam desse espaço de formação que aborda as temáticas ligadas a Terra, Água e Clima, Produção, Educação, Comunicação dentre outros temas ligados aos Eixos de atuação do Irpaa.
A abertura oficial da Escola aconteceu na noite da última segunda-feira (10), com a acolhida das/dos participantes e apresentação da proposta do curso pela Coordenação Colegiada do Irpaa. Dando continuidade a programação, o segundo dia começou com atividades práticas e uma análise das lutas, conquistas, desafios das comunidades ali representadas. Após os/as jovens apresentarem o diagnóstico da realidade vivenciada na sua região, Rafaela Alves, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), facilitou o debate das “Perspectivas e desafios para os jovens rurais”.
O debate começou com a análise de conjuntura do atual cenário político, dando ênfase a disputa de classes, que defendem dois modelos de desenvolvimento, o modelo capitalista, que desconsidera a realidade socioeconômica de cada região. Enquanto o outra aponta um desenvolvimento que respeita a identidade cultural, territorial, que seja construído a partir de uma relação harmoniosa entre ser humano e natureza. Rafaela pontua que a juventude tem um papel importante nessa luta ideológica, “o medo não é da juventude, o medo é imposto na juventude …uma juventude ativa, politizada é um agente transformador da sua realidade”.
Também foi discutido a necessidade de políticas públicas que garantam a permanência da juventude no campo, que o debate e ações da Convivência com Semiárido também sejam realizadas no meio urbano, fortalecendo os laços entre campo e cidade. Os/as jovens ainda afirmam que o acesso a terra é a base para uma vida digna no Semiárido. Para Juzileide Carvalho, colaboradora do Irpaa e integrante da comissão organizadora da Escola, esse momento de formação vai ajudar os/as jovens a compreender seu papel na sociedade e quais suas contribuições na criação e efetivação de políticas públicas voltadas para a juventude do campo
De acordo com Pedro Genir, jovem do município de Feira de Santana- BA, a oportunidade de compartilhar conhecimentos e experiências é um elemento motivador a participar da escola, ele afirma que veio “na perspectiva de beber experiências de outros jovens agricultores, de outras entidades, outras associações e a gente também traz um pouco da nossa prática, do nosso dia a dia, da nossa região”. Ainda pontua que avalia que a escola vai contribuir significativamente nas ações dos jovens na transformação do Semiárido. E nesse desejo de fortalecer a organização da juventude e sua resistência para permanecer no campo, Ana Flávia Fernandes, da região do Apodi – RN, está participando e pontua que “cada jovem dever ser multiplicador do sentimento que estamos vivenciando aqui, dessa troca de saberes, de conhecimento…vou sair daqui com a semente do conhecimento, da sabedoria, da resistência, da Convivência com o Semiárido”, ressaltando ainda que essa semente vai ser plantada em sua comunidade.
A formação acontece até o próximo dia 21 e ainda contará com a visita na área de experimento da Embrapa Semiárido, em Petrolina – PE, na Barragem de Sobradinho, na Escola Família Agrícola de Sobradinho e no Simpósio de Juventude na Universidade Federal do Vale São Francisco – Univasf.
Fonte: Comunicação IRPAA