O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) informou que funcionários da Infraero vão manter nesta quinta-feira (1º) a greve iniciada na quarta. De acordo com o sindicato, funcionários de 63 aeroportos aderiram ao movimento. A Infraero informou que até 9h30 a paralisação não havia causado atrasos fora do normal nos voos.
Nesta quarta o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Carlos Alberto Reis de Paula, emitiu decisão em que considerou que a greve pode continuar, mas impôs limites. Ele determinou que devem trabalhar 100% dos funcionários do tráfego aéreo, 70% dos empregados nas áreas de segurança e operações, além do percentual mínimo de 40% entre os demais empregados.
Carlos Alberto Reis de Paulo estabeleceu multa de R$ 50 mil por dia ao Sina no caso de descumprimento da decisão.
De acordo com o sindicato, os funcionários grevistas farão assembleias nos aeroportos para definir como vão seguir a determinação da Justiça.
O TST também agendou uma audiência de conciliação para o próximo dia 6 de agosto, às 14h, para negociação entre a Infraero e empregados.
Motivo da paralisação
A paralisação, segundo o sindicato, é para protestar contra a proposta de acordo coletivo que a Infraero fez para a categoria. Segundo um dos diretores do Sina, Samuel Santos, a paralisação é por tempo indeterminado. “Se não houver proposta da Infraero, a greve continua.” O salário médio de um aeroportuário hoje, afirma, gira em torno de R$ 1.600.
Os grevistas pedem, entre outras coisas, aumento salarial de 16% e ganho real nos benefícios como auxílio-creche, alimentação e combustível.
A Infraero afirma que as negociações do acordo coletivo ainda estão em andamento. A atual proposta da Infraero é de reajustar a remuneração dos funcionários em 6,4%, mas esse valor pode mudar nas negociações, informa o órgão. A estatal também oferece correção nos benefícios de acordo com a inflação acumulada no período da última atualização.
Samuel Santos diz ainda que estão previstas assembleias dos funcionários da Infraero na parte da tarde nos aeroportos que estão em greve. De acordo com o diretor, estão parados funcionários que atuam em áreas como vigilância e fiscalização de pátio.
A greve não atinge aeroportos administrados por concessionárias, como Cumbica, em Guarulhos, Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília. Segundo o Sina, as concessionárias já negociaram o acordo coletivo com seus funcionários.
A Infraero tem cerca de 13,6 mil funcionários. Com a paralisação, a empresa diz ter montado um plano de remanejamento de funcionários para manter os serviços essenciais durante o dia.
(G1)