Entre dois a quatro meses sem receber salário. Esse é o tempo médio em que os servidores terceirizados que atuam nas escolas estaduais de Juazeiro estão sem serem remunerados. E para chamar a atenção da população para essa situação, esses trabalhadores fizeram mais um protesto na manhã de ontem (27).
O movimento começou por volta das oito horas em frente à sede da Direc e teve o apoio de professores e da classe estudantil. Com cartazes, os estudantes, na sua maioria do Colégio Modelo, percorreram algumas das principais ruas e avenidas da cidade gritando palavras de ordem contra a atual situação dos servidores terceirizados.
A estudante do 3º ano do ensino médio, Sabrina do Carmo (18), lembra que os servidores já fizeram outras paralisações e a situação não foi resolvida. “A gente se sente no dever de ajudar, porque é muito tempo que eles estão sem receber”, argumentou a estudante.
Edinália de Souza trabalha como auxiliar de apoio escolar no Codefas e conta quais as dificuldades que ela e os colegas enfrentam. “Todos os funcionários que estão aqui, não tem um que esteja com o salário em dia. É uma situação de tristeza e de sonhos cortados, porque muitos são estudantes e tiveram que parar suas faculdades porque não podem pagar. A grande maioria também está com restrição no nome, porque se você deve um cartão há quatro meses, com certeza você não consegue mais pagar”, afirmou.
A auxiliar de apoio escolar falou ainda sobre a parceria do alunado na manifestação. “É uma pena realmente que hoje, para tentar resolver teve que trazer até o alunado pra cá. Porque é um dia que eles deixaram de aprender para estar aqui tentando nos ajudar”, comentou.
Com a voz trêmula, a auxiliar de serviços gerais do Colégio Modelo, Ireuzina Oliveira (46), contou como tem sido todo esse tempo sem receber salário. “Quem tá me mantendo é meu genro. Porque se dependesse de mim mesma, a água já estava cortada, energia cortada. É muito difícil”, desabafou.
A manifestação seguiu pela Rua da Apolo e tomou parte da Avenida Adolfo Viana, deixando o trânsito lento no sentido centro da cidade. Logo em seguida os manifestantes foram para o Colégio Hildete Lomanto, na Rua Oscar Ribeiro. Na frente do colégio, um carro de passeio tentou furar o bloqueio e foi impedido pelos alunos.
Para o administrador regional do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia – Sindilimp, Jamai Damasceno (30), essa situação tem que acabar. “São quatro meses de salários atrasados desses funcionários, não dá mais. […] Hoje foi o dia “D” pra isso, e a gente só vai sair daqui se aparecer alguém para dar uma resposta para a gente”, disse.
A equipe do Diário da Região foi até a sede da Direc e sendo informada que a instituição só iria se pronunciar através de nota, que até o fechamento desta edição não foi enviada.
Por Adeilton Júnior