A única restrição que o pré-candidato do PMDB à sucessão estadual, Geddel Vieira Lima, tem sobre com quem fazer alianças em 2014 é dirigida ao grupo político do governador Jaques Wagner (PT). Confrontado com a afirmação do prefeito ACM Neto (DEM) ao Bahia Notícias, de que não descarta um eventual apoio a Dilma Rousseff e PT no próximo ano, Geddel minimizou ao alegar que “é muito cedo para discutir o assunto”. Em entrevista ao programa Jornal da Primeira Hora, da Rádio Cultura AM 1140, nesta segunda-feira (27), o peemedebista disse que “neste momento todo mundo faz charme para todo mundo” e sublinhou que o Partido dos Trabalhadores é um adversário político “histórico” do grupo do democrata. “O prefeito ACM Neto está inserido dentro de um campo político, tem projetos legítimos e para isso ele tem que liderar esse campo político”, ponderou, ao inferir que “se essa aproximação administrativa [com o governo Wagner] enveredar-se para um campo político”, Neto “passaria a ter dificuldades no futuro”. Eleito na última sexta-feira (24) para presidir o PMDB na Bahia, cargo que deixou ao assumir o Ministério da Integração Nacional, Geddel apontou o superdimensionamento da base governista – “uma arca de Noé” – como um “problema” a ser enfrentado por Wagner em 2014. Na sua visão, “há uma briga muito grande entre eles” e “ainda vai ter muito desentendimento” na escolha do candidato governista. “O vice-governador, Otto Alencar (PSD), fica jurando lealdade, mas no fundo quer ser candidato”, alfinetou. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), também foi alvo de crítica. “Ele montou essa estratégia de ficar recebendo título de cidadão para se projetar, o que na verdade pode acabar ofendendo a sociedade civil, como aconteceu agora em Alagoinhas”, disparou Geddel. Ele se referiu ao fato de que o título concedido a Nilo pela Câmara de Vereadores daquela cidade foi “encontrado debaixo da mesa” após a solenidade de entrega da honraria. Quanto à sua própria candidatura, o ex-ministro disse que está “com a cabeça fervilhando de ideias” e defendeu que “a Bahia pode avançar muito mais”.
Foto: Tiago Melo / Bahia Notícias