O ex-ministro e presidente do PMDB baiano, Geddel Vieira Lima, prestou depoimento à Polícia Federal nas últimas semanas. Além dele, também foi ouvido o empresário Altair Alves, tido como emissário ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, ambos foram questionados sobre a suposta compra do silêncio de Cunha e seu operador, Lucio Funaro, pela JBS. Segundo delação do grupo, Cunha e Funaro, presos desde o ano passado, receberam valores com o aval do presidente Michel Temer. O tema deve ser explorado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para apresentar nova denúncia contra o presidente. Não há prazo para a nova acusação.
Questionados se a “eventual compra do silêncio de Eduardo Cunha e de Lucio Funaro é do conhecimento e tem aval, direto ou indireto, do presidente Michel Temer”, Geddel e Alves mantiveram-se calados.
À PF, Funaro negou que tenha recebido dinheiro em troca de seu silêncio, mas disse que estranhou movimentações de algumas pessoas tentando sondar se ele acertaria um acordo de delação. Uma delas foi Geddel, segundo o operador.
Ao ex-ministro, os investigadores perguntaram se ele monitorava Cunha e Funaro por conta própria ou a mando de alguém. O operador está na Papuda (DF) desde julho do ano passado. “O senhor fez alguma visita a Lucio Funaro na prisão? Sobre o que conversaram? Lucio Funaro mandou algum recado da prisão ao Senhor? Que recado?”, perguntaram os delegados.
Para Alves, a PF perguntou também sobre visitas na prisão ao ex-deputado, preso em Curitiba.
Com o interrogatório, os investigadores buscam mais elementos além da delação da JBS para juntar ao inquérito. A polícia já concluiu que Temer atuou para embaraçar investigações. O presidente da República nega e chama a acusação de fictícia.
Bocão News