O dia 1 de dezembro, é considerado o Dia Mundial de combate a AIDS. Aproveitando a importância da data, a ginecologista do Hospital Dom Malan/IMIP, Fabíola Leite, alerta para os cuidados de prevenção e contra o contágio do vírus durante a gestação, o chamado de transmissão vertical do HIV.
A ginecologista revela que a transmissão vertical do HIV entre mãe e o bebê pode acontecer através do contato sanguíneo, das secreções vaginais ou até mesmo do leite materno. “Para evitar a transmissão vertical, de mãe para filho, geralmente a gestante portadora do HIV deve tomar medicações denominadas de antirretrovirais. Além disso, a depender de determinados parâmetros laboratoriais (carga viral e contagem de CD4 maternos), pode ser necessário o parto Cesário”, aponta.
“Outra indicação para diminuir a chance de transmissão vertical é que esta mãe não deva amamentar o seu bebê. Além disso, durante o trabalho de parto ou horas antes da cesariana, a mãe deverá também usar um antirretroviral (AZT), e após o nascimento, o bebê também faz uso desta medicação, que deve ser iniciada nas primeiras horas de vida”, complementa Fabíola Leite.
Outro aspecto importante é valorização e realização completa do pré-natal. “Além de dar todos os cuidados e orientações comuns a todas as gestantes, o pré-natal é importantíssimo, pois muitas vezes é o momento em que a mulher faz o exame e tem o diagnóstico”, diz a médica.
Ainda segundo Fabíola, é no pré-natal que são prescritos os antirretrovirais e feito o acompanhamento clínico e laboratorial da mulher soropositiva, o rastreio de infecções comuns em portadores do vírus e são dadas orientações com relação a todos os cuidados que a mãe deve ter consigo e com o bebê.
Exames
Para saber se a mãe ou o bebê tem o vírus, a ginecologista informa que existem exames de sangue que podem ser feitos por diferentes técnicas como, por exemplo, teste rápido, ELISA, Western blot, Imunofluorescência e PCR. “Geralmente para se chegar ao diagnóstico, são feitos pelo menos dois exames. A mãe pode ter o diagnóstico em qualquer momento da gestação. O ideal é que este seja dado o mais precocemente possível, para que o tratamento seja iniciado logo. Por este motivo, o exame para detectar o HIV no HDM faz parte da rotina de pré-natal de toda gestante”, ressalta Fabíola.
Já para diagnosticar HIV no bebê, os exames são realizados após o nascimento. Caso o diagnóstico não seja dado nos primeiros exames, deve-se fazer o acompanhamento repetindo os exames periodicamente. “Pode ser necessário um período de até 18 meses para que se possa confirmar ou afastar completamente o diagnóstico de HIV no bebê”, explica a médica.