O governo estadual atribui que o vazamento dos vídeos com imagens aéreas de operações policiais na favela do Rola, em Santa Cruz, e Coreia, em Senador Camará, foi motivado por uma disputa de poder entre dois pilotos do Serviço Aeropolicial (Saer) da Polícia Civil. A desavença citada pelo governo estadual ocorreu entre Adonis Lopes de Oliveira, que chefiava o Saer, e Ronaldo Ney Barboza Mendes.
Segundo policiais civis, o problema começou em junho do ano passado. Na época, Adonis queria demitir Ney por abandono de serviço, já que o piloto não tinha comparecido ao trabalho. Mas o pedido não foi acatado pela instituição, que deu férias ao piloto.
Quando voltou ao serviço, no mês seguinte, um novo desentendimento selou a saída de Ney do Saer. Numa operação na Vila Vintém, em Padre Miguel, Adonis teria advertido o piloto, pedindo mais movimentação ao helicóptero, para não virar alvo. Após a advertência, Ney começou a cantar e brincar com a tripulação. Como a ação foi filmada, ele foi desligado do Saer e passou a responder a sindicância na Corregedoria por ter procedido de forma inadequada. Ney também é investigado pela 32ª DP (Taquara) por vendas de aulas de voo.
A vingança de Ney
Após sua saída, o piloto disse a colegas que iria enviar à Corregedoria e à Assembleia Legislativa vídeos na favela do Rola, quando um morto teve o corpo carregado por policiais da Core para dentro de um bar, e da ação que resultou na morte do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, baleado em maio de 2012, na Coreia.
— Ele falava isso para todo mundo no meio policial. Mas as pessoas achavam que era um blefe — disse um policial, que não se identificou.
Procurado, o piloto Ney não foi localizado pelo EXTRA para falar do assunto.
Um policial da Core, que estava na operação no Rola, falou sobre o vazamento.
— Colocamos a vida em risco e acontece isso. Estamos sendo crucificados.
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