O governo federal vai se reunir no próxima quinta-feira (31) com representantes das empresas aéreas brasileiras para discutir a alta no preço das passagens dentro do país para o período da Copa de 2014.
A decisão de pressionar as aéreas aconteceu durante encontro, na manhã desta quinta-feira (24), do comitê envolvendo a Casa Civil da Presidência da República e a Secretaria de Aviação Civil (SAC), entre outros órgãos do governo.
O grupo foi criado no dia 17 de outubro, após notícias de alta no preço das passagens em algumas rotas dentro do Brasil para o período da Copa (entre junho e julho de 2014), considerada abusiva. O objetivo do comitê vai ser acompanhar preços e qualidade dos serviços durante a competição.
Preços
A ministra Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse nesta quinta que o grupo já tem um levantamento prévio de preços, mas só deve ter uma definição de como será sua atuação no final de novembro, quando for feito o sorteio para a venda de ingressos para os jogos.
“Nós vamos ter um primeiro sorteio agora no dia 29 e um próximo no início de novembro. Com isso nós saberemos o fluxo de pessoas, a quantidade de pessoas que vão se deslocar de um estado para o outro e aí nós vamos saber qual será a demanda por companhias aéreas, qual vai ser a demanda da rede hoteleira, qual vai ser a demanda enfim no consumo de alimentos e bebidas”, explicou.
Queremos que os preços que vão ser praticados na Copa sejam preços justos”
ministra Casa Civil, Gleisi Hoffmann
“Queremos que os preços que vão ser praticados na Copa sejam preços justos que remunerem quem está oferecendo o serviço, mas que não explore o turista e o consumidor”, disse Gleisi.
Prioridade
Durante a reunião desta quinta, o grupo avaliou que a discussão sobre o aumento das passagens deveria ser a prioridade. Por isso, agendou para o dia 31 de outubro, no Ministério da Justiça, uma reunião com os representantes das empresas aéreas.
No dia 15 de outubro, o presidente da Embratur, Flávio Dino, solicitou que órgãos de defesa econômica e o Ministério Público investigassem eventuais abusos no setor aeronáutico brasileiro. Na visão de Dino, as atuais regras do mercado aéreo nacional são o “pior dos mundos”.
O dirigente do órgão responsável por promover o turismo no país protocolou representações no Ministério Público e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) alertando sobre as tarifas exorbitantes cobradas nas semanas do mundial. Ele também enviou um ofício para o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, pedindo que a pasta investigue eventuais irregularidades nas práticas empresariais das companhias aéreas do país.
Passagens mais caras
Reportagem publicada no dia 14 pelo jornal “Folha de S. Paulo” revelou que as tarifas aéreas no período do mundial da Fifa do ano que vem estão até dez vezes mais caras do que as registradas em um dia normal.
Mesmo se for comprado com antecedência de oito meses, um bilhete de ida e volta para a ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio) chega a custar R$ 2.393 no dia 12 de junho, data da abertura da Copa, informou a publicação. O valor corresponde a pouco menos do que uma passagem de ida e volta para Nova York (EUA), por exemplo.
O governo já informou que não há possibilidade de tabelamento dos preços das passagens aéreas – no país, vigora o regime de liberdade tarifária, em que as empresas podem cobrar o preço que considerarem adequado.