A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, blindou nesta terça-feira (27) a presidente Dilma Rousseff da responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), transação que acabou por gerar um prejuízo bilionário à estatal. Graça, que presta depoimento em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre irregularidades na estatal, disse que a responsabilidade é, primeiramente, da diretoria que levou a proposta ao conselho de administração – no caso a diretoria internacional – e também do próprio colegiado. “Não considero (a presidente Dilma responsável). A responsabilidade é da diretoria da Petrobras que fez uma apresentação ao conselho de administração”, disse a executiva.
“Todos se manifestaram 100% pela aquisição. É responsabilidade do colegiado”, concluiu. Numa audiência boicotada pela oposição, que acusa a CPI de ser “chapa branca” e pressiona pela instalação de uma Comissão Parlamentar Mista, Graça Foster também afirmou que o resumo executivo preparado pela diretoria internacional e encaminhada ao conselho não tinha as cláusulas Put Option e Marlim. A primeira obrigava a petroleira a comprar a outra metade da refinaria em caso de desentendimento com a sócia belga Astra Oil, o que acabou acontecendo. Já a segunda garantia ganhos mínimos aos belgas mesmo que o negócio não desse lucro. “Sim, elas são importantes na negociação”, declarou Graça. “A Put Option é comum em negociações como essa, mas ela precisa ser apresentada. A equação do preço de saída precisa ser apresentada”, disse a presidente da empresa.
Estadão Conteúdo




