Os sindicatos majoritários gregos convocaram para esta quarta-feira (29) novo dia de protestos e mobilizações em resposta aos cortes de salários e aposentadorias aprovados na terça-feira pelo Parlamento.
A convocação dos candidatos é de greve geral de três horas no período da manhã. Nesse intervalo, uma delegação de sindicalistas protestará em frente à delegação da União Europeia em Atenas. No início da tarde, está prevista uma manifestação, seguida de um concerto na Praça Sintagma, contra o Parlamento.
“Os empregados de nosso país continuarão suas mobilizações na Grécia e na Europa para pôr fim à demolição da sociedade”, destaca em comunicado o principal sindicato do setor privado, GSEE.
Além dos sindicatos, aderiram ao protesto a Câmara Técnica, a Associação dos Advogados de Atenas e a Associação de Médicos de Atenas, essas entidades são contrárias a liberalização de suas profissões.
Os médicos protestam contra a redução de despesas em saúde e, especificamente, no pagamento das horas extras e na redução da despesa farmacêutica, por isso convocaram greve de 24 nesta quarta-feira.
A redução da despesa farmacêutica em € 1 bilhão em 2012 faz parte dos cortes exigidos pela União Europeia (UE) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) como condições para conceder novo empréstimo de € 130 bilhões e perdoar € 107 bilhões em bônus helenos nas mãos da iniciativa privada.
Segundo o jornal “Kathimerini”, a despesa farmacêutica grega em 2009 foi o dobro da feita pela Bélgica, país com população comparável a do país mediterrâneo.
FUSÃO NO SETOR FINANCEIRO
Somada a redução da despesa farmacêutica, o Parlamento aprovará nesta quarta-feira a fusão das oito Caixas Econômicas que administram as aposentadorias complementares públicas em uma única instituição, medida que permitirá a redução de pessoal em 30% até 2014.
As Caixas Econômicas públicas administram as contribuições individuais dos trabalhadores para complementar o pagamento estatal da aposentadoria.
Em Bruxelas, o primeiro-ministro heleno, Lucas Papademos, deve reunir-se com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, para abordar a situação econômica grega que enfrenta o quarto ano de recessão.