Quando Henrique Pinheiro subiu ao pódio do Pan-Americano de Toronto, no Canadá, para receber a medalha de prata conquistada na prova de hipismo CCE (Concurso Completo de Equitação), seu coração parecia não caber no peito, afinal, aquele prêmio era mais que um sonho realizado, era uma vitória pessoal que começou em 1985.
Apaixonado por cavalos, o atleta sempre viu a equitação como hobby, porém, por ironia do destino, seu passatempo favorito foi se profissionalizando e a certa altura acabou se chocando com sua real profissão, a arquitetura. “Eu passei por todas as categorias de base até chegar nas categorias mais fortes em 1996, mas veio o período da faculdade e ficou super difícil de conciliar o esporte com os estudos. Tentei ainda nos 3 primeiros anos da faculdade continuar nos campeonatos, no entanto não estava dando certo, eu morava fora a semana inteira e praticamente montava direto nas competições. Acabei virando um piloto e no nosso esporte isso não funciona. Parei de montar em meados de 1999, uma decisão difícil”, contou o cavaleiro em entrevista à BANG Showbiz.
Ao todo foram 10 anos de pausa na equitação, um período em que Henrique usou para trabalhar como arquiteto e também para tomar, talvez, a segunda decisão mais difícil de sua vida: voltar a montar. “Em 2009 voltei a praticar a equitação, o esporte evoluiu muito, as características dos animais eram outras, comecei a correr atrás do tempo perdido”, relata Henrique, que nessa mesma época conheceu sua esposa, a atriz Ana Paula Arósio, outra apaixonada por cavalos e que lhe ajudou a voltar a praticar seu esporte do coração.
Assim que voltou a competir, Henrique já venceu de cara o Campeonato Paulista de Amadores com a égua No Limit, mas seu sonho mesmo era representar o Brasil no exterior. “O sonho de disputar e representar o Brasil sempre existiu, agora estamos em um momento que podemos ir para qualquer nivel de competição internacional e ir para disputar para ser campeão, foi o que a medalha de prata mostrou em termos de resultado pratico”, explica com orgulho o atleta.
Apesar dos treinos e da dedicação ao esporte, Henrique não desistiu da arquitetura e passou a organizar sua agenda com base nas suas duas atividades. “É possivel, sim, fazer as duas coisas. A rotina semanal de treinos é feita conforme a agenda do trabalho de arquitetura. Na área da arquitetura segui o caminho do baixo impacto, onde os trabalhos são mais voltados para trabalhos sociais”. Os trabalhos sociais os quais o medalista se refere deram origem ao blog bioarquiteto.com.br, onde junto com o amigo – e também arquiteto – Tomaz Lotufo ele escreve sobre Arquitetura Ecológica, Arquitetura Sustentável ou, como é chamada atualmente, Bioarquitetura.
Depois um breve período de descanço após a vitória no Pan, Henrique agora se prepara para conseguir sua qualificação para as Olimpíadas do Rio em 2016. “O Brasil está qualificado como time, porém quem integrará esta equipe ainda não esta definido. Serão 4 vagas e temos um leque de grandes cavaleiros em disputa por essas vagas. O foco é manter o trabalho que está sendo feito e aperfeiçoar ainda mais para conseguir estar 100% para a prova qualificatória que será em novembro deste ano”, explica o cavaleiro, que ao mesmo tempo tenta parcerias com proprietários de animais e também com patrocinadores para poder manter a performance de alto rendimento na modalidade do Concurso Completo de Equitação.
Fonte: MSN Notícias