A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) registrou 70 homicídios ao longo dos seis dias de greve dos policiais militares do estado. Os dados são referentes aos casos ocorridos entre as 21h de terça-feira (31), dia em que os policiais começaram a abandonar os seus postos, até as 9h40 deste domingo (5).
Até as 18h30 de sábado (4), eram 56 mortos. Outros dez casos aconteceram até o fim da noite e mais quatro já durante a madrugada de domingo, sendo três deles na Rua da Matriz, no bairro de Valéria. Além de Valéria, os homicídios foram cometidos em bairros de Salvador como Santa Cruz, Mirantes do Periperi, São Caetano, Castelo Branco, Pau Miúdo, Boca do Rio, Lobato, e em cidades da região metropolitana, a exemplo de Candeias, Dias D´Àvila e Simões Filho. Os crimes estão sendo investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Dos seis dias de greve, sexta-feira (3) continua sendo o que somou mais casos, com 31 registros. Outras 14 mortes foram registradas na quinta-feira (2). Ainda segundo a secretaria, 43 homicídios foram cometidos em Salvador. Outros 13 foram registrados na Região Metropolitana de Salvador.
Carros de polícia recuperados
A Polícia Militar recuperou, na tarde deste sábado, 16 carros oficiais que estavam em poder dos grevistas, na Assembleia Legislativa, em Salvador. Os manifestantes são filiados à Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra). Os mandados de reintegração de posse foram expedidos na manhã do sábado (4).
Negociação
O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), Marco Prisco, e os policiais filiados à entidade, esperam espaço para negociação das pautas reivindicatórias com representantes do governo do estado. “A palavra é negociação”, diz Prisco neste sábado (4), na sede da Assembleia Legislativa, onde está desde a noite de terça-feira (31).
Autuação federal
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que já fez o pedido de reserva de vagas em presídios de segurança máxima para encaminhar, caso seja necessário, os policiais militares que tenham cometido algum tipo de crime durante a mobilização grevista, que já dura cinco dias na Bahia. Durante coletiva à imprensa, realizada na manhã deste sábado (4) ainda na Base Aérea, onde desembarcou, o ministro frisou a relação que o governo federal mantém com as políticas de segurança estadual.
Pronunciamento do governador
O governador da Bahia, Jaques Wagner, tentou tranquilizar a população do estado em cerca de três minutos de pronunciamento oficial, transmitido pelas emissoras de rádio e TV por volta das 20h15 desta sexta-feira (3). Ele reafirmou a “intranquilidade” vivida nos últimos quatro dias, que tem resultado no fechamento antecipado do comércio, violência na rotina do trânsito e contra a população. “Estamos tomando providências para conter ações de um grupo de polícia usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, causando desordem”, afirma.