Por Alinne Torres
Fotos Caio Alves
O cultivo de produtos orgânicos é uma das atividades agrícolas que vem ganhando destaque no Vale do São Francisco. Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o termo “Orgânico” é usado para indicar um alimento produzido de acordo com normas específicas, onde é vetado o uso de quaisquer agroquímicos. Em Juazeiro, no bairro João Paulo II, setenta famílias trabalham diariamente em uma horta comunitária na produção de hortaliças e plantas medicinais sem o uso do agrotóxico.
A horta foi fundada em 1987 por uma irmã italiana chamada Redenta, com o apoio do bispo, Dom José Rodrigues e outras instituições. De acordo com o coordenador da horta, João Soares, a iniciativa, na época, era ajudar às famílias carentes que residiam no bairro João Paulo II, além de ser uma proposta em prol de uma melhor qualidade de vida para a população da cidade. “A ideia inicial era ajudar as famílias carentes do bairro João Paulo II. Era tanto um meio de sobrevivência para essas pessoas como uma oferta de saúde para os moradores de Juazeiro”, frisa.
Ao todo, 20 tipos de vegetais são produzidos e comercializados na horta. Cada família recebe um lote, equivalente a 100 metros quadrado de terra, para o cultivo dos produtos orgânicos. “Produzimos aqui alface, coentro, cebolinha, couve, rúcula, espinafrem hortelã, alecrim, entre outros. Essa mercadoria que sai daqui recebe o Selo Chão Vivo que comprova que os alimentos são orgânicos”, explica o coordenador.
O preço dos produtos é acessível e os alimentos podem ser adquiridos em feiras livres de Juazeiro, supermercados e na própria horta. “Durante o ano nós equilibramos os preços e eles são acessíveis aos consumidores. Para verificar se o produto é produzido na nossa horta basta que as pessoas observem o Selo do Chão Vivo na embalagem”, explica Soares.
Os trabalhadores ainda recebem cursos de capacitação por meio de parcerias com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e a EMBRAPA. Nesses cursos eles aprendem sobre o manejo da produção e a importância dos alimentos orgânicos para a saúde. “É uma atividade boa tanto para quem está produzindo como para quem irá consumir. Um alimento sem agrotóxico traz muitos benefícios para a saúde das pessoas”, ressalta João Soares.
Além de colaborarem com o meio ambiente, os produtores conseguem juntar um dinheiro extra no final do mês, como é o caso de José Dias, que trabalha na Horta Comunitária do bairro há 13 anos. “É uma grande ajuda trabalhar aqui. Cuido da plantação dia e noite, sendo que duas vezes por semana saio para vender nas ruas e fazer entregas. No final do mês dá para ajudar um bom dinheiro e ajudar nas despesas de casa. Mas o gratificante também é colaborar com a natureza e com saúde das pessoas”, afirma.