O clima é de tensão. Um incêndio que durou toda a madrugada destruiu vários barracos na invasão em terreno da Assenco e moradores suspeitam de ação criminosa. Segundo informações dos moradores, à equipe do Nossa Voz, o fogo começou por volta da meia noite e só foi controlado pelo Corpo de Bombeiros às 4h da manhã. Apesar dos prejuízos materiais e de alguns casos simples de intoxicação, felizmente não houve fatalidades, apenas queimaduras leves.
Cerca de 70% dos barracos construídos no assentamento sofreram danos. “Quando eu estava na Igreja por volta das 23h quando recebi o telefonema de minha irmã informando a presença de fogo no local, fui até lá, mas tive medo de me aproximar, quando fui por volta de meia noite, o fogo tava incontrolável. Avisei a todo mundo, as autoridades, inclusive mandei até uma mensagem para o prefeito. Se não tem ninguém aqui é porque eles não querem”, reclamou à moradora Nalva.
Até às 9h da manhã de hoje nenhuma autoridade policial teria chegado ao local, apenas o Corpo de Bombeiros e ambulâncias do SAMU estavam prestando assistência às vítimas.
O comunitário Amaro, uma das lideranças do Vila Dilma, disse que antes do alastramento do fogo, alguns moradores ouviram o estampido, que pareceu tiros de arma de fogo. “O baralho pareceu com tiro de 12 e foram ouvidos também o som de motocicletas”. Ainda segundo Amaro há dias motociclistas estavam fazendo ato de terrorismos e ameaças no local. “Eu não sei se o tiro foi pra amedrontar mais os moradores ou para sinalizar o que tava por vir”, assegurou.
Amaro apela para o poder público que resolva o problema da habitação e para os poderes policiais constituídos. “Pedimos as polícias administrativas e de repressão para que evite uma ação sangrenta, porque o que percebemos dos empreiteiros e das pessoas que brigam por este terreno é que a gente saia pela Justiça ou debaixo de bala e nós não vamos admitir isso aí”, disse o comunitário apelando que os poderes constituídos do Estado e da União tomem providências para que moradores não sejam assassinados de forma criminosa. “Espero que não precise acontecer um banho de sangue para que os poderes tomem uma providência”, acrescentou.
Jailma, que também é moradora do assentamento, por pouco não teve seu barraco atingido pelo fogo, mas lamenta os bens materiais perdidos pelos vizinhos, como geladeira, bicicletas, televisões, e outros eletrodomésticos.
O secretário de Defesa Cidadã e também coordenador da Defesa Civil Coronel Daniel orienta para que às famílias prestem queixa do ocorrido na Delegacia de Polícia Civil.
Texto e fotos GrandeRioFm