O desempenho da indústria brasileira em 2012 foi o pior entre 25 nações emergentes e importantes economias da América Latina, mostrou levantamento realizado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU). A queda de 2,6% na produção industrial do país foi, de longe, a mais acentuada do grupo. O Egito, segundo pior colocado, registrou contração de 1,9%. A indústria brasileira como componente do Produto Interno Bruto (PIB) – que, além da produção de manufaturados, inclui setores como construção civil e energia elétrica – também amargou a maior contração no mundo emergente. A queda desse indicador foi de 0,8%. Os dados mostram que o retrato de crise no setor é renitente. Em 2011, o resultado da produção industrial brasileira já figurava entre os três piores do grupo analisado. “Esses dados causam muita preocupação. A crise externa existe e afetou todos, mas fomos piores do que os demais”, afirmou o gerente de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. O encolhimento da indústria brasileira em 2012 contrasta com a expansão robusta do setor em alguns países asiáticos. O desempenho também foi inferior ao dos principais mercados latino-americanos e até ao de países emergentes da Europa, região que está no epicentro da crise internacional. Segundo Castelo Branco, a confiança dos empresários brasileiros, que ensaiou uma retomada no início deste ano, já mostra sinais de arrefecimento. “Este ano será melhor, mas é uma recuperação fraca, considerando o resultado muito ruim de 2012”.