Com o ritmo menor de criação de vagas e a renda mais pressionada pela inflação, a tendência é que o desemprego volte a crescer em 2014.

Não porque as empresas vão demitir mais, afirmam os analistas. Mas, sim, porque mais gente vai procurar emprego para completar o orçamento da família, ao mesmo tempo em que a oferta de vagas será menor.

Esses movimentos em direções opostas devem elevar em até um ponto percentual a taxa de desemprego, na previsão de consultores, economistas e representantes da indústria e do comércio.

Os dados mais atualizados para 2013, até novembro, são de taxa de desemprego de 4,6%. Desde janeiro, o saldo de novos empregos (trabalhadores admitidos menos demitidos) foi de 1,547 milhão.

Como em dezembro geralmente há corte de vagas, 2013 pode ter a mais baixa criação de empregos desde 2003, período de incertezas na transição dos governos FHC e Lula.

A piora deve ocorrer mesmo com as vagas temporárias que podem ser criadas na Copa e nas eleições.

“A forte desaceleração do mercado de trabalho em 2013 deve se acentuar em 2014. O desemprego só não cresce porque o número de pessoas à procura de vagas caiu em 2013, assim como o total de pessoas ocupadas”, diz Fabio Romão, da LCA Consultores.

A população ocupada cresceu 2,1% em 2011, 2,2% em 2012 e deve fechar o ano de 2013 em 0,8%, segundo previsão da consultoria.

Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, ressalta que a queda da população ocupada foi maior entre mulheres, jovens e os que não possuem carteira assinada.

MAIS PRESSÃO

Enquanto o crescimento da renda real (descontada a inflação) foi de 3,4% na média de 2007 a 2012, no próximo ano deve ficar entre 0,7% a 1,5% nas projeções dos economistas. Ou seja, a renda deve crescer metade do percentual dos últimos seis anos.

Segundo o IBGE, o crescimento do rendimento na média de janeiro a novembro foi de 1,7%; ritmo inferior ao de anos anteriores.

Para os técnicos do Ipea, além de o salário mínimo ter reajuste menor em 2014, o próprio desaquecimento da ocupação deve levar a reajustes menores neste ano.

Na média dos acordos analisados pelo Dieese em 2013, o aumento real (acima da inflação) foi de 1,19% —menor valor desde 2009 (0,73%).

“A inflação corrói os ganhos nos salários e afeta o poder de compra dos trabalhadores. Esse efeito deve se repetir em 2014”, diz Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências.

A inflação medida pelo IPCA em 2014 deve ser um pouco acima da de 2013, avaliam os analistas.

Para Alexandre Loloian, coordenador de análise da Fundação Seade, porém, em 2014 o emprego e a renda vão “continuar andando de lado”, com desemprego baixo, pela menor procura por trabalho. Mas ele ressalta que, com a possível recuperação americana e a retomada dos investimentos no Brasil, pode haver melhora.

Folha de S. Paulo

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