Integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) fizeram vários manifestos em Curitiba e no interior do Paraná, na manhã desta quarta-feira (17). Eles pediram agilidade no processo da reforma agrária e protestaram contra os 17 anos do Massacre de Carajás, quando 19 integrantes do MST foram mortos e mais de 70 ficaram feridos durante confronto com a polícia, no sudeste do Pará.
Segundo o membro da coordenação estadual do MST José Damasceno os protestos foram marcados por interdições de rodovias e duraram 21 minutos. No total, foram realizados em 18 pontos do interior e na capital. “Em cada um dos pontos, ação contou com cerca de 300 integrantes”, explicou ao G1.
No norte do estado, os manifestantes espalharam 21 cruzes pela rodovia em homenagem às vítimas. Em Curitiba, o protesto foi realizado em frente ao Tribunal de Justiça. Já em Cascavel, no oeste, aproximadamente cem integrantes do MST bloquearam a BR-277, no trevo de acesso ao distrito de São João. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), eles fecharam a rodovia das 9h10 às 9h35 e formaram-se filas de veículos dos dois lados da pista. A PRF informou que o manifesto foi tranquilo.
Ainda segundo Damasceno, os atos fazem parte do Abril Vermelho, mês em que ocorre uma série de manifestações, realizadas desde o último dia 13 em memória das vítimas do massacre.
O massacre
O massacre ocorreu quando cerca de 1,5 mil trabalhadores rurais ligados ao MST ocuparam “Curva do S” na rodovia BR-155 , no sudeste do Pará. Eles reinvindicavam terras para a reforma agrária. No confronto para desobistruir a via, além de bombas de gás lacrimogênio, a polícia atirou contra os manifestantes.
Dos 155 policiais que participaram da ação, Mário Pantoja e José Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados a penas que superaram os 150 anos de prisão.