A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), afirmou, em entrevista publicada nesta quinta-feira (16) na Folha de S. Paulo, que os jovens que participam dos “rolezinhos” em shoppings são vítimas de “discriminação racial explícita”. Ao criticar a decisão juducial que permitiu a pelo menos quatro shoppings paulistas barrarem a entrada de qualquer manifestante no último sábado (11), Bairros falou também em segregação. “Em muitos sentidos, a liminar que proíbe a entrada dos jovens nos shoppings, ou pelo menos dá o direito de selecionarem quem entra ou não, é uma situação racista. A liminar consagra um processo de segregação racial do espaço, o que esses jovens conseguiram perceber muito nitidamente”, afirmou.
Segundo ela, a decisão dá respaldo à atuação da PM . “Justifica algo que é feito cotidianamente, que é criar um perfil de criminoso associado à pessoa negra, e mais particularmente ao jovem negro”, considerou. A ministra comentou ainda a recente declaração feita pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que chamou os jovens do rolezinho de “cavalões”. “Eu acho que haverá o que temer se as pessoas, e determinados parlamentares, continuarem a dar declarações que confirmam a desumanização das pessoas negras. […] Os problemas que têm havido são derivados da reação das pessoas brancas que se assustam com essa presença [dos jovens nos shoppings]”, ponderou. O tucano foi criticado nas redes sociais e se defendeu afirmando que usou o termo “como sinônimo de marmanjo, gente grande, no tamanho e na idade”. Luiza Bairros debateu o tema com a presidente Dilma Rousseff na última terça-feira (14).