A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco enviou a Petrolina na última terça-feira (12), o delegado Antonio Barros para ouvir os pais de Beatriz Angélica a fim de apurar denúncia de que um perito oficial do caso tenha prestado serviços particulares ao Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, após o crime.
Foram ouvidas algumas testemunhas, entre elas servidores da Polícia Civil, e outros nomes que colaboraram com a investigação.
“Tal postura do perito, comprometeria e colocaria em suspeição os trabalhos de investigação do cruel assassinato da menor nas dependências daquela escola. Todas essas ouvidas fazem parte de uma investigação preliminar que antecede a abertura de processo administrativo disciplinar, em face da suspeita de que agentes públicos teriam cometido graves irregularidades e que podem ter atrapalhado o esclarecimento do caso. Supostas sabotagens estão sendo apuradas. É a investigação da investigação”, disse ao PNB o advogado da família de Beatriz, Jaime Badeca.
Sandro Romilton, pai da menina Beatriz, em conversa ao PNB, revelou que espera que a Corregedoria supere a investigação paralela desenvolvida por ele e por Lucinha Mota. “Nós estamos aguardando ansiosamente o resultado desta investigação preliminar, uma vez que as provas que apresentamos são irrefutáveis. Acreditamos que o Governador Paulo Câmara irá abrir mão da investigação para a polícia Federal. São muitos erros cometidos pela Polícia Civil que estão comprometendo a conclusão do caso. Nossa expectativa é que a corregedoria consiga superar a nossa investigação paralela”, revelou.
No dia 16 de outubro passado, os pais de Beatriz, Lúcia Mota e Sandro Romilton protocolaram uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco, em Recife, com documentos levantados por eles, através da investigação particular e paralela ao Estado, onde segundo eles constam acusações com provas de que agentes públicos estariam obstruindo as investigações. Eles também notificaram a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social sobre a denúncia.
Os pais de Beatriz questionaram a capacidade técnica dos peritos para realizar os laudos nos equipamentos, e informaram que o perito Diego Henrique Leonel de Oliveira Costa, atualmente chefe de perícia do Departamento de Polícia Técnica de Pernambuco, que também emitiu laudos sobre o assassinato de Beatriz, teria prestado serviço ao Maria Auxiliadora na montagem do plano de segurança da escola, através da empresa Convertic, trabalho que também foi realizado após o crime.
Versão de Diego Leonel ao PNB
O PNB conseguiu contato com o perito Diego Henrique Leonel, que confirmou a informação da mãe de Beatriz de que ele prestou serviço particular ao Colégio Maria Auxiliadora na elaboração do plano de segurança, no entanto ele não revelou valores, nem quando fez o trabalho.
Diego disse ao PNB que não poderia passar informações sobre o caso porque corre em segredo de justiça. Ele disse também que os laudos que emitiu foram extramente técnicos e que gostaria que a Polícia Federal ou o Ministério Público, ou qualquer perito do Brasil, analisassem estes laudos. O perito disse também que não atuou no início das investigações e que seu último laudo foi emitido no começo de 2019. Diego Leonel também informou que foi ao colégio algumas vezes, mas se negou a responder se foi como perito ou como prestador de serviço.
Quando questionado sobre valores e o período em que prestou serviço ao colégio, Diego respondeu: “Isso é outra coisa. Não vem ao caso. Não vou entrar no mérito”.
E concluiu dizendo que “Quem veicular meu nome vai ter que provar o que fiz e vai responder judicialmente. A mãe pode ter sofrido o que for, não vou ter pena da mãe. Ela pode ter perdido a família toda, mas não vai sujar meu nome, vai responder judicialmente”, disse o perito, por telefone, ao PNB.
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