Diz-se que, para os jovens, não há aprendizado melhor do que as experiências da vida. Se for assim, o goleiro Jean, do Bahia, pode se sentir privilegiado. Às vésperas de disputar duas decisões, o garoto de 19 anos passou cerca de 20 dias servindo a duas seleções brasileiras: a pré-olímpica e a sub-20, ambas sob o comando de Alexandre Gallo.
Jean fez questão de agradecer ao técnico. “Ele mandou eu não levar a campo só minha confiança, mas simplicidade. Ele disse: ‘Faz o simples, faz o que tu tá fazendo no Bahia que tá bom demais’. E isso me tranquilizou”, contou o goleiro, sobre a pressão da estreiana equipe nacional.
“Trago muita coisa boa da seleção. Na pré-olímpica, tive contato com jogadores como Rafinha, do Barcelona, Felipe Anderson, da Lazio, Lucas Silva, do Real Madrid… É bom demais sair do seu ambiente e conhecer pessoas novas, lugares novos”, disse. “Quando vejo jogadores com a idade parecida com a minha jogando nesse nível, isso me motiva porque penso que, se eles chegaram lá, eu também posso chegar um dia”.
Jean desembarcou em Salvador no último sábado, e já pediu para Sérgio Soares escalá-lo contra a Juazeirense, no dia seguinte. Conhecido pela personalidade forte, o garoto não teme voltar num momento decisivo. Seu último jogo havia sido em 22 de março, contra o Galícia.
“A partir do momento em que você é novo e assume o gol de um clube como o Bahia, é uma responsabilidade muito grande. Então, desde a base, aprendi que, se não tiver personalidade para assumir esse posto, não entrar de cabeça mesmo, você não vai muito longe”, comentou.
Contra a Juazeirense, Jean mostrou a que veio. Além de um pequeno conflito com o atacante Júnior, após dividida, ele se voltou várias vezes para a torcida a fim de pedir apoio quando o jogo estava 2 a 0 para o adversário: “Quando a gente vê a torcida vaiando o time, como aconteceu, isso desmotiva a gente. É muito importante, mesmo perdendo, ter esse apoio. Por isso pedi para que eles cantassem, e graças a Deus viramos o jogo”, explicou.
O garoto também mostrou estar à vontade na posição, embora bastante novo, ao tentar ajeitar a defesa, formada por Titi e Thales, logo após ter sofrido o segundo gol. “Na verdade, eles que me deixam à vontade para fazer isso. Falam: ‘Olha, Jean, grite mesmo, pode falar com a gente’. Titi e Thales me dão essa liberdade porque sabem que, como goleiro, estou vendo o jogo dali de trás e posso opinar”, explicou.
Fonte: A Tarde