Os advogados dos deputados estaduais Jorge Picciani e Paulo Melo, do PMDB do Rio de Janeiro, apresentaram habeas corpus nesta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que sejam libertados. Eles foram alvos da Operação Cadeia Velha. O relator dos recursos é o ministro Dias Toffoli, que ainda não tomou decisão a respeito.
Ambos destacaram que, após a primeira prisão, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) mandou soltá-los. A segunda prisão, determinada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), seria, na avaliação deles, uma forma de passar por cima da determinação da Alerj. Nas palavras da defesa de Picciani, foi um “verdadeiro contorcionismo”. Segundo os advogados de Mello, foi uma “ilegalidade”.
Na terça-feira, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou liminar para soltá-los. A praxe no STF é que habeas corpus sejam analisados apenas quando os recursos possíveis no STJ estão esgotados, o que ainda não ocorreu.
Jorge Picciani, presidente da Alerj, e Paulo Melo, deputado estadual e ex-presidente da Casa, foram presos na operação Cadeia Velha, deflagrada no último dia 14. Também foi detido o líder do governo Edson Albertassi — também do PMDB.
Deputados estaduais, empresários e intermediários são acusados de manter uma caixinha de propina destinada à compra de decisões na Alerj para o setor de transportes. O esquema, concluíram os investigadores, teria começado nos anos 1990, por Cabral, e hoje seria comandado pelo presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani, por seu antecessor, deputado Paulo Melo, e pelo líder do governo Edson Albertassi, caciques do PMDB fluminense.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Picciani e Melo receberam, juntos, R$ 131,5 milhões em propinas da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) entre 2010 e março de 2017. A investigação aponta que o presidente da Alerj foi o destinatário de R$ 77,2 milhões até este ano, enquanto Melo arrecadou R$ 54,3 milhões até 2015, último ano de sua gestão na presidência da Alerj.






