A Praça Cordeiro de Miranda, popular Praça Santiago Maior, no Centro de Juazeiro (BA), agora vai ganhar mais vida toda quinta-feira das 16h às 20h. Nesse local e horário, toda semana está prevista a Feira de Orgânicos do Vale.
O lançamento da Feira aconteceu no final do mês de setembro e contou com uma presença positiva do público que conheceu os produtos e já comemora a novidade: “era uma expectativa, pra mim o local facilitou e muito. Saber que a gente tá em busca do orgânico e nem sempre encontra, ter uma feira semanal é ótimo”, avalia Cleonice Coelho de Assis, que voltou pra casa com o carrinho colorido com os alimentos vendidos nas cerca de 20 barracas montadas na praça.
Uma diversidade de produtos foi comercializada, com destaque para frutas, hortaliças e raízes, todas produzidas sem uso de agrotóxicos e em sua maioria por associações, cooperativas ou grupos organizados. Parte dessa produção veio da Horta Comunitária Povo Unido, que há 30 anos existe no Bairro João Paulo II. Segundo o agricultor João Soares, membro da Horta, o novo espaço para comercialização fortalece o trabalho que já é referência na cidade e oferece produtos saudáveis, com certificação de orgânico, “dando assim confiança aos clientes”, ressaltou.
A diversidade da Feira atraiu as/os visitantes que puderam comprar mamão, banana, goiaba, manga, melancia, uva, tomate, repolho, pimentão, cenoura, beterraba, coentro, couve, cebolinha, alface, mandioca, batata doce, abóbora, dentre vários outros alimentos in natura, em conservas naturais ou beneficiados.
Feira de Sementes
Durante a primeira edição da Feira de Orgânicos do Vale houve também uma Feira de Sementes, promovida pelo projeto “Sementes do Semiárido”, da Articulação do Semiárido (Asa). Executado pelo Serviço de Apoio a Organizações Populares (Sasop), o projeto realizou em Juazeiro o II Encontro Estadual de Sementes, coincidindo coma Feira realizada.
Na ocasião, agricultores e agricultoras de diversas regiões da Bahia trocaram experiências e sementes e até comercializaram algumas espécies tradicionais, em alguns lugares chamadas de sementes crioulas, sementes da fartura ou da paixão. A agricultora Jessi Meira Soares, do município de Bom Jesus da Serra, no Sudoeste baiano, trouxe uma média de 180 tipos de sementes, algumas com mais de 80 anos de existência nas comunidades daquela região. Ela fala da felicidade em fazer parte desses momentos de troca e reivindica: “eu acho que o governo tem que abraçar mesmo, tem que investir, nós agricultores do campo temos a alegria de saber que a gente tem um valor, que a gente quer nosso trabalho orgânico no campo e isso é uma vida melhor que a gente tá vivendo lá em nosso município”.
A agricultora cita ainda que boa parte dessas sementes vem sendo resgatadas a partir da cisternas de produção da Asa que permite cultivos em canteiros econômicos. Em sua comunidade hoje existe um Banco de Sementes com mais de 300 variedades de sementes, todas produzidas de forma agroecológica.
Ascom IRPAA




