A nova versão do veto migratório do governo americano — que agora incluiu Venezuela e Coreia do Norte à lista de países de população de maioria muçulmana — foi suspensa por um juiz federal do Havaí horas antes de entrar em vigor. A decisão tem alcance nacional e deve se tornar objeto de uma pronta apelação por parte do governo. A Suprema Corte já havia cancelado uma audiência sobre o caso, que é desafiado legalmente por entidades ligadas a direitos civis.
O magistrado Derrick Watson deu aval ao pedido do Havaí para barrar a aplicação do novo veto pelo governo federal. O estado argumenta que a proibição é uma “continuação da promessa do presidente Donald Trump de excluir muçulmanos dos EUA”. Outros grupos entraram com processos contra a aplicação desta nova medida.
O novo veta, além de Venezuela e Coreia do Norte, proíbe a emissão de vistos de pessoas do Chade, outro país que estreia na restrição, Irã, Líbia, Somália e Iêmen. O Sudão foi retirado das restrições, que agora passam a ter prazo indeterminado, com revisões a cada cem dias.
Para muitos, o grande objetivo do governo ao incluir a Venezuela e a Coreia do Norte nas restrições foi “disfarçar” a natureza discriminatória. Esse foi um dos principais argumentos dos protestos e embasou uma das ações judiciais que haviam suspendido sua eficácia, algo que só foi restabelecido pela Suprema Corte.
— Ainda é uma proibição muçulmana, o governo simplesmente adicionou três países — disse às agências de notícias Becca Heller, diretora do Projeto Internacional de Assistência para Refugiados, uma das entidades que entraram na Justiça contra o decreto original.




