Por orientação do relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá dividir em duas partes a votação do item 6 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que trata dos supostos crimes cometidos por integrantes da base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O tópico contempla denúncias de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.
Essa decisão vai adiar a apreciação das acusações sobre José Dirceu (ex-chefe da Casa Civil), José Genoino (ex-presidente do PT) e Delúbio Soares (ex-tesoureiro do partido), que deve ocorrer na semana do primeiro turno das eleições municipais.
Barbosa sugeriu à corte que os ministros analisem na atual rodada de votação somente as denúncias contra réus de PP, PL (atual PR), PTB e PMDB. Além de afirmar que o fatiamento do item 6 trará maior “racionalização” à votação, o magistrado disse aos colegas que está fatigado com a leitura do voto.
Barbosa já gastou cerca de dez horas em duas sessões para apresentar sua posição sobre os supostos crimes cometidos pela base governista. O relator deve concluir o voto sobre esse tópico na primeira metade da sessão desta quinta-feira (20).
Assim que Barbosa concluir sua manifestação, ele irá passar a palavra para o revisor da ação penal, ministro Ricardo Lewandowski.
O revisor informou que deve levar, pelo menos, uma sessão e meia para apresentar seu voto. Ao final da manifestação de Lewandowski, abre-se a rodada de votação dos outros oito ministros do STF. A previsão é de que os magistrados concluam essa fase intermediária na próxima quarta-feira (26).
Em um segundo momento, os magistrados vão analisar a acusação de corrupção ativa contra os antigos integrantes da cúpula do PT. Com isso, o julgamento de Dirceu, Genoino e Delúbio deve acabar na semana da eleição municipal.
Indagado informalmente sobre a coincidência, Joaquim Barbosa disse que o fato de o julgamento coincidir com a eleição “não interessa”.