A Justiça Federal determinou a devolução de mais R$ 69 milhões à Petrobras, visando restituir perdas de um esquema de propina que envolveu funcionários da petroleira estatal e a fornecedora holandesa de navios-plataforma SBM, informou o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro em seu site, nesta quinta-feira (30).
O montante a ser devolvido em cerimônia simbólica na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, na sexta-feira (31), é parte do total repatriado a partir da Suíça desde abril deste ano, em um caso de corrupção que envolveu o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, e representa uma quantia pequena perto das perdas de corrupção já declaradas pela Petrobras, que somam R$ 6,2 bilhões.
Segundo o MPF, o dinheiro devolvido é fruto de propinas recebidas pelo ex-gerente entre 1999 e 2012, em função de contratos da Petrobras com a SBM Offshore. Barusco é um dos delatores do esquema de corrupção na estatal investigado pela operação Lava Jato, tendo restituído cerca de US$ 97 milhões.
Nas revelações feitas entre novembro e dezembro do ano passado, Barusco admitiu sua participação no esquema criminoso de desvio de recursos da Petrobras e forneceu diversas informações e provas sobre crimes praticados por outras pessoas.
O evento no Rio de Janeiro, na sexta-feira, terá a presença do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre outras autoridades que atuam na investigação criminal de fatos relativos aos contratos entre a Petrobras e empresa holandesa SBM Offshore, importante fornecedora de equipamentos pela estatal, que ficou impedida de realizar novos negócios com a companhia após a divulgação do caso.
A companhia holandesa de plataformas foi a primeira a firmar com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) memorando de entendimentos para um acordo de leniência relativo ao pagamento de propina para funcionários da Petrobras.