A Justiça de São Paulo ordenou que Roberta Luchsinger, que se apresenta como herdeira de um dos ex-acionistas do banco Credit Suisse, quite uma dívida antes de “qualquer ato de disposição graciosa de bens”. A socialite havia anunciado a doação de R$ 500 mil em dinheiro e objetos pessoais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o o bloqueio de bens decretado pelo juiz Sergio Moro depois da condenação no caso do tríplex do Guarujá.
O juiz Felipe Albertini Nani Viaro, da 26ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, sentenciou o pedido de execução imediata da dívida de R$ 62 mil com uma loja de decoração. Isso significa que a “Bolsa Lula”, como foi apelidada a doação, vai ter que esperar o pagamento do débito. Beneficiar o ex-presidente antes de quitar a pendência seria enquadrado como “fraude à execução”.
A decisão judicial foi publicada nesta quinta-feira pela “Folha de S. Paulo” e confirmada pelo GLOBO no acompanhamento processual do TJ-SP. Há uma semana, a socialite explicou ao GLOBO que a “Bolsa Lula” tinha “valor simbólico” e que eleger o ex-presidente em 2018 era “muito mais importante que caridade”.
O Credit Suisse informou que os parentes de Roberta nunca tiveram controle acionário da instituição nem participaram de sua fundação. Ela é neta de Peter Luchsinger, que já teria tido ações no banco.