O ex-ditador líbio Muammar Kadhafi morreu com um disparo na cabeça durante um tiroteio nesta quinta-feira (20) em Sirte, sua cidade natal, revelou o chefe executivo do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mahmud Jibril.
“Quando o encontraram, estava bem de saúde e carregava uma arma, mas ao arrancar com um veículo foi envolvido em um tiroteio entre combatentes ‘kadhafistas’ e revolucionários, e foi atingido por um disparo na cabeça” que posteriormente provocou sua morte, disse Jibril em entrevista coletiva em Trípoli.
Após o tiroteio, foi levado em uma pick-up e “estava vivo até chegar ao hospital” de Misrata, informou Jibril.
Horas antes, Mohamed Leith, comandante das forças do CNT no sul de Misrata, disse que “Kadhafi estava em um jeep contra o qual os rebeldes abriram fogo”. “Saiu do veículo e tentou fugir por uma tubulação, mas nossas forças abriram fogo e ele saiu com um Kalashnikov (fuzil de assalto) em uma mão e uma pistola na outra”.
“Olhou para a direita e para a esquerda e disse: ‘o que ocorre aqui’. Os rebeldes abriram fogo outra vez, ferindo-o no ombro e na perna, e ele sucumbiu”, afirmou o comandante.
Ataque a comboio
Kadhafi, que tinha 69 anos, foi atacado próximo à sua cidade-natal, Sirte, quando integrava um comboio que tentava fugir da cidade.
O comboio foi parado por um ataque aéreo francês, e depois abordado por tropas do novo governo líbio que estavam em solo.
O premiê líbio, Mahmoud Jibril, citando um laudo pericial, disse que Kadhafi morreu vítima de uma bala na cabeça, durante o fogo cruzado. Segundo ele, não foi possível determinar de onde partiu o tiro.
“Kadhafi foi tirado de uma tubulação”, na qual tentou se esconder, descreveu Jibril. “Ele não mostrou resistência. Quando começamos a andar com ele, ele foi atingido por uma bala em seu braço direito, e quando o colocamos na caminhonete ele não tinha outros ferimentos.”
Um combatente do novo governo líbio, ouvido pela Reuters, disse que Kadhafi gritou “Não atire! Não atire!” ao ser descoberto na tubulação. Mas não havia confirmação disso.
“Quando o carro se moveu, ele foi atingido no fogo cruzado entre os revolucionários e forças de Kadhafi”, continuou Jibril.
O coronel estava vivo quando foi tirado do local, mas morreu minutos antes de chegar ao hospital para o qual seria levado na cidade de Misrata, sempre segundo o laudo citado por Jibril.